O cenário foi a Praia da Barra da Tijuca,
mais especificamente o Posto 3. Foi ali, no dia 28 de março, véspera do Domingo
de Ramos, que cerca de mil jovens participaram da Via-Sacra, encenada pelo
Projeto Artes, da Comunidade Shalom, em mais uma Jornada Diocesana da Juventude
(JDJ), a dimensão diocesana da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
A Via-Sacra arrancou lágrimas e gritos dos
jovens devido à veracidade da atuação. O ator que encenou Jesus Cristo, Rafael
Santana, contou como foi a experiência de “ser” Jesus ali no meio dos jovens.
“Foi doloroso e mágico encenar Jesus aqui
hoje. É uma experiência muito incrível, especialmente para alguém como eu, que
até ano passado não tinha nenhuma vivência religiosa. Ano passado fiz um teste
para ser o apóstolo João em uma peça na Comunidade Shalom. Na convivência com a
comunidade, o que me chamou a atenção foi a alegria de seus membros. Desde
então, comecei a me perguntar porque essas pessoas que falavam de Deus o dia
inteiro me deixavam feliz, e comecei a viver uma experiência que me levou a
conhecer a misericórdia de Deus”, afirmou.
Para ele, a mensagem que ficou para os jovens
naquela tarde foi a possibilidade de entender o sacrifício de Jesus e perceber
que a cruz, ao contrário do que possa parecer, é uma vitória e não uma derrota.
“Algumas pessoas, enquanto eu passava,
gritavam: ‘Para de bater!’. O fato de elas vivenciarem esse momento da vida de
Jesus assistindo é muito forte. Passa uma mensagem que leva as pessoas a
imaginarem que alguém se sacrificou dessa maneira, aceitou a dor, morreu por
nós e nos livrou dos pecados. Essa é a mensagem que ficou”, frisou.
Procissão de Ramos e Missa
Após a Via-Sacra, os jovens seguiram guiados
pelo pastor, o cardeal arcebispo Dom Orani João Tempesta, em procissão rumo à
Paróquia São Francisco de Paula, na Praça Euvaldo Lodi, na Barra da Tijuca,
onde presidiu a Eucaristia.
Foram mais de dois quilômetros de caminhada,
passando pela orla da praia e pela Rua Olegário Maciel. Os jovens, que seguiam
cantando com a banda Linguagem dos Anjos enquanto balançavam bem alto seus
ramos de palmeiras, acenaram para as muitas famílias que surgiam das janelas
dos prédios para acompanhar de longe a procissão.