Tatiana
e Ronaldo de Melo
Núcleo
de Formação e Espiritualidade da Pastoral Familiar da Arquidiocese do Rio
A Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul – PUC-RS realizou uma pesquisa com mil e quinhentos jovens, entre
18 e 34 anos, em todas as regiões do país. O principal objetivo desta pesquisa
foi saber o que os jovens pensam atualmente sobre diversos assuntos, como por
exemplo a família. Muito se fala a respeito do modo de vida das pessoas nesta
faixa etária no que diz respeito ao presente e principalmente em relação ao
futuro. O resultado da pesquisa se mostrou surpreendente para os seus realizadores,
mas para quem acredita na juventude, como nós acreditamos, pode ver a
comprovação do seu desejo profundo de compromisso e responsabilidade.
Dentre as várias perguntas feitas aos jovens
estavam: “Como você vê a família? O que você quer para o futuro?”. É possível
perceber que são assuntos simples e diretos. Temas muitas vezes tidos como de
pouco interesse, mas que através das respostas mostraram que são, de fato,
questões que não passam desapercebidas dadas as suas importância e atualidade.
Do total dos entrevistados, 67,1% se
declararam solteiros e 32,9% estarem namorando. Logo, a pesquisa não foi feita
com pessoas que já tenham constituído suas próprias famílias, mas ao contrário,
todos os participantes apenas trazem as experiências e motivações vividas nas
suas famílias de origem. E, mesmo assim, foi possível constatar como a
comunidade familiar é, efetivamente, importante e desejada pela grande maioria,
pois 88,1% dos entrevistados disseram que ela é fundamental ou muito
importante, contra apenas 11,9% que afirmaram ser irrelevante ou pouco
importante. Não se pode negar a expressividade do resultado desta pesquisa.
A proteção especial para a unidade familiar é
lei e não pode ser ignorada. Na Constituição Federal de 1988, apenas à criança,
ao adolescente e ao jovem (CRFB/88, art. 227), e à própria família (CRFB/88,
art. 226) é garantida e determinada proteção especial. Para nenhum outro tipo de
categoria de pessoas há previsão dessa especial proteção, ou seja, há uma
determinação da lei suprema do Brasil, envidar todos os esforços para garantir
a constituição, a manutenção e o bem-estar dos mais vulneráveis e da família.
Ainda sobre a pesquisa, como consequência
natural da influência e da importância da família na formação do ser-humano, os
atributos como o amor (74,7%), o respeito (72,7%) e o diálogo (52,4%) aparecem
como fundamentais e essenciais. Mais uma vez, é possível constatar aquilo que é
dito e repetido pela Igreja. Demonstra como a Igreja, como boa mãe, cuida de
salvaguardar as necessidades mais fundamentais dos seus filhos.
Não há outra realidade melhor do que a
familiar para aprendermos a amar e sermos amados. Não apenas como forma de um
simples sentimentalismo, mas como uma decisão de amar que se traduz em gestos
concretos no cotidiano. Da mesma forma, que aprendemos a respeitar e sermos
respeitados, a dialogar, a sermos ouvidos. Nossa sociedade clama por pessoas
que sejam honestas, compromissadas, justas, trabalhadoras, mas não estamos
cuidando da verdadeira fonte geradora destes valores na humanidade: a família.
E, o próprio Estado brasileiro, nos níveis federal, estadual e municipal,
também destrói e desconstrói aquela que é a “comunidade natural na qual se
experimenta a sociabilidade humana, que contribui de modo único e
insubstituível para o bem da sociedade” (Compêndio da Doutrina Social da
Igreja, nº 213). Ainda na linha dos atributos essenciais da família, os jovens
entrevistados no estudo da PUC-RS relataram que eles são adquiridos igualmente
em casa e na vivência com as pessoas, para 47,5%, e principalmente em casa,
para 37,2%.
Outro ponto indicado na pesquisa foi em
relação à “família homoafetiva” que teve o maior índice de rejeição de todos os
formatos pesquisados. As respostas dos jovens indicaram as seguintes razões
para essa rejeição: 56,2% a rejeitam por acreditarem não ser o ideal para a
sociedade; 53,9% a rejeitam por questões religiosas; 42% a rejeitam por
tradição familiar; 38,9% a rejeitam por causa das leis reprodutivas naturais.
Essa constatação nos traz a reflexão de que “nenhum poder pode abolir o direito
natural ao matrimônio nem lhe modificar as características e a finalidade. O
matrimônio, com efeito, é dotado de características próprias, originárias e
permanentes” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, nº 216). E, os jovens
demonstram que aspiram ter uma plena experiência de família.
Fonte:
http://arqrio.org/formacao/detalhes/983/os-jovens-tambem-acreditam-na-familia
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