quinta-feira, 21 de junho de 2012

Respeito à vontade de Deus em última instância




Por Raquel Araujo

O Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro Dom Nelson Francelino presidiu uma celebração ecumênica na tarde da última terça-feira, 19 de junho, na tenda 35 da Cúpula dos Povos. O ato contou com a presença de lideranças religiosas membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), além de diversos movimentos católicos e novas comunidades, como Focolares, Comunidade Shalom, Comunidade Bom Pastor, Comunidade Coração Novo para refletir sobre o compromisso de cada religião na preservação da natureza. O encontro contou também com a participação da teóloga Maria Clara Bingemer, que fez uma reflexão após a leitura bíblica.

Dom Nelson ressaltou a importância da Cúpula dos Povos para a pluralidade da cultura entre os povos. Ele ressaltou que, através da percepção da teologia da criação, os cristãos não devem se afastar de debates sobre as questões relacionadas à biodiversidade:

— Esse é um momento importante para nós, principalmente no que diz respeito à nossa fé, no que diz respeito ao que nos move, porque aqui no Aterro podemos perceber essa pluralidade de cultura, essa diversidade, e nós, cristãos, não podemos ficar distantes, sobretudo porque, movidos por uma boa compreensão da teologia da criação, temos muito o que contribuir a esse debate, até por força da nossa própria vocação de cuidar da natureza, afirmou o Bispo.


Dom Nelson, que também é presidente do CONIC-Rio destacou o Credo, que em seu primeiro e maior artigo afirma a crença de Deus sobre todas as coisas, e afirmou que é preciso ter respeito à vontade do criador.

— A teologia da criação inspira em nós a vocação do cuidado, a vocação para colaborar para que a diversidade caminhe nessa unidade, que, em última instância, é o respeito à vontade do Criador, à lei natural. Eu creio que a ecologia, a economia sustentável se dão, sobretudo, no respeito, e numa compreensão cada vez mais alargada da lei natural, que nos reporta diretamente ao Criador e, nesse sentido, nós, cristãos, temos muito que contribuir nesse debate, afirmou.

Para o Reverendo Daniel Rangel, da Igreja Anglicana, o encontro ecumênico foi uma oportunidade de reunir representações das religiões cristãs para mostrar a necessidade da união no combate às injustiças, principalmente com a natureza.

— Espiritualmente conseguimos transmitir para o povo a necessidade de ter mais consciência com a natureza, mais consciência com o nosso planeta e mais consciência de que nós mesmos, juntando forças, conseguimos combater a injustiça, a intolerância e principalmente a destruição da natureza. Se congregarmos forças, vamos conseguir combater toda essa maldade do ser humano, ponderou.

Já a pastora Christiane Drini, da Igreja Evangélica de confissão luterana lembrou que o compromisso dos cristãos com a biodiversidade está presente na bíblia.

— Está sendo muito significativo porque nós, cristãos, temos a bíblia que fala que Deus pôs o homem no jardim para usufruir, sim, mas para cuidar e não para estragar. Então acho que os cristãos têm um compromisso, sim, com esta terra, com essa água, com os recursos; e a gente precisa viver isso e se comprometer mais, opinou.

Ao final, os líderes religiosos formularam alguns princípios e assinaram esse compromisso em devesa da vida do planeta, visando uma economia sustentável para toda a humanidade.

Fonte: Portal da Arquidiocese

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