quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O menino que viu Jesus

Rapaz de comportamento diferenciado, como definem amigos e família, Guido Vidal França Schäffer faleceu aos 34 anos de idade, enquanto surfava, no Canto do Recreio. Na ocasião, o jovem estava de folga do Seminário de São José, onde estudava para tornar-se padre. O “anjo surfista”, como definiu Manuel Arouca na biografia que escreveu sobre a vida de Guido Schäffer, era, além de surfista e seminarista, clínico geral. Dedicou sua vida e profissão ao cuidado para com os que necessitavam.
Guido nasceu em 22 de maio de 1974, e tinha esse nome por causa do pai, Guido Manoel Vidal Schäffer. O pai recebeu o nome por causa de Guido Fontgallant, um candidato francês à santidade. No dia 17 de janeiro, durante a Trezena de São Sebastião, será aberto, na Arquidiocese do Rio, um processo para a beatificação do jovem, que apesar de sentir-se carioca, nasceu em Volta Redonda, onde a avó, que era obstetra, realizou o parto.
Se estivesse vivo, Guido completaria 41 anos em 2015. Desde muito novo, seguiu o caminho de Deus. Filho de católicos fervorosos, ele foi incentivado desde pequeno a participar e amar as atividades da Igreja. Rezava diariamente o Ofício da Imaculada Conceição e fazia sempre adoração ao Santíssimo Sacramento. O Terço de Nossa Senhora era um de seus melhores amigos.
“Guido dizia que é da adoração que nasce o amor aos mais pobres e aos irmãos. E dessa adoração que ele vivia fazendo brotava aquele amor que ele tinha pelas pessoas”, destacou Maria Nazareth França Schäffer, mãe do candidato aos altares.
O rapaz de sorriso aberto carregava consigo um anel em formato de terço, que era sua “marca registrada”: ele rezava diariamente em frente a uma imagem de Nossa Senhora que tinha na casa onde morava, no bairro de Copacabana.
O jovem surfeista formou-se médico e ofereceu sua profissão a Deus: começou a ajudar as irmãs Missionárias da Caridade no cuidado com os moradores de rua. E isso fez com que ele descobrisse sua verdadeira vocação.
“Como ele era uma pessoa de oração e de contemplação inaciana, através do Evangelho do jovem rico, ele sentiu a presença de Jesus. Porque Jesus fala: vai e vende tudo o que tens. E ele falou: Jesus, eu não tenho nada no meu nome, usufruo de bens que são dos meus pais e eu não posso vender. Ficou então em silêncio, e viu o diploma com o nome dele. Sentiu que Jesus o estava convidando a doar sua medicina. Ele já trabalhava na Santa Casa de Misericórdia, e quando viu por lá uma irmã Missionária da Caridade colocou seus dons a serviço”, contou a mãe.
O túmulo do jovem, que ficava no Cemitério São João Batista, em Botafogo, sempre foi muito visitado por pessoas que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. E foi pela aclamação popular que a Igreja no Rio de Janeiro fez um pedido de abertura do processo para o estudo da vida dele e comprovação de possíveis milagres.
Para Eduardo Martins, que estava surfeando com Guido no dia de seu falecimento, em 1º de maio de 2009, Guido realizava diariamente “pequenos milagres”: “Dizem que Deus se esconde nos detalhes. Eu via no agir do Guido o amor a Deus. E se o milagre é uma manifestação de Deus, eu via o Guido manifestando Ele em todas as oportunidades que tinha. Guido me aproximava muito de Deus”, frisou o amigo. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Conheça o hino da JMJ 2016 de Cracóvia

O comitê organizador da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Cracóvia 2016 deu a conhecer o hino do encontro dos jovens com o Papa. Junto ao Conselho Pontifício para os Leigos, os organizadores escolheram o canto “Bem-aventurados os misericordiosos”, de Jakub Blecharz, como hino oficial da próxima JMJ.

Sobre o que fala o hino da JMJ Cracóvia 2016?
            Jakub contou ter buscado inspiração na Bíblia para compor o hino, que está inteiramente baseado na Palavra de Deus. 
O hino começa com as palavras do Salmo 121, que coloca em nossos corações a paz e a certeza de que nosso Senhor misericordioso vela sobre nós e cumprirá sua promessa de acompanhar o ser humano “desde agora e para sempre”.
Já na primeira estrofe, Deus é definido como misericordioso.
            Na segunda estrofe, encontramos uma referência à parábola da ovelha perdida, do Evangelho de Lucas (15, 1-7), que nos dá a esperança de que Deus não se cansa de tentar levar o ser humano à vida plena. Nesta parábola, Jesus nos garante que a conversão de um pecador leva o céu a uma grande alegria.
Por meio de sua morte na cruz, deu-nos a possibilidade de alcançar uma vida nova e, assim, colocou o ser humano em seu eterno plano de salvação, graças ao seu santo sangue derramado por nós.
No refrão, encontramos palavras da 5ª bem-aventurança do Sermão da Montanha (Mateus 5, 3-10): “Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia”. Esta é também a mensagem da JMJ de Cracóvia, a cidade de onde saiu a mensagem da misericórdia de Santa Faustina Kowalska. 
A terceira estrofe é uma paráfrase do Salmo 130, “De profundis”: “Se levardes em conta as culpas, Senhor, quem poderá subsistir? Mas em Vós se encontra o perdão, para que sejais temido”. A atitude de Deus para conosco é nossa inspiração para agir com misericórdia com os outros.
A seguinte estrofe expressa os pontos mais importantes do “kerigma” (ou seja, o conjunto das verdades mais básicas do Evangelho): a salvação em Cristo crucificado, sepultado e ressuscitado, mas também a necessidade de aceitar Jesus Cristo como nosso Senhor e Redentor.
O interlúdio do hino é um convite à vida cheia da esperança e da confiança que surgem da ressurreição de Jesus Cristo.
            Esperamos a versão em português desta belíssima melodia, que acompanhará todos os jovens peregrinos do mundo.


Fonte: http://arqrio.org/noticias/detalhes/2877/conheca-o-hino-da-jmj-2016-de-cracovia

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

"Jovens protagonistas da Paz"

Brasília, 1º de Janeiro de 2015.

Caros párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.

”Bem-aventurados os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus”
(Mt 5, 9)

“Dia Mundial da Paz”!
Sempre iniciamos o ano com esta comemoração, ou melhor, com esta aspiração e esperança! E não é para menos: a paz é expressão profunda do ser humano, pois está intrinsecamente relacionada com o sentido de harmonia, de alegria, de plenitude da vida. Consciente ou não, a pessoa humana deseja a paz, irmã da felicidade. E passa a vida a sua procura. Queremos estar em paz; queremos a paz! Não há, em primeiro lugar, um ensinamento para isto, mas uma aspiração na raiz da vida. Quando não atingimos esta paz, nos tornamos doentes, depressivos, irracionais. Quando não a defendemos, não a facilitamos ou, pior ainda, a ela nos opomos, renunciamos a nossa filiação divina, tornando-nos violentos, divisores… diabólicos!
Bem-aventurados – felizes! – se tivermos como princípio motivador da vida, da vocação e da ação pastoral missionária, a paz! Bem-aventurados – felizes! – se, além disso, promovermos a paz, defendendo-a, ensinando-a, facilitando-a! A “paz”, segundo o hino das Bem-aventuranças, é a característica principal que identifica a criatura com o Criador, tornando-a radicalmente filha de Deus: “sereis chamados filhos de Deus”.
Como responsáveis pela evangelização da juventude, somos convocados a promover a paz em nosso meio. E “promover a paz” significa: anunciar a paz, provocar a paz, celebrar a paz, divulgar a paz. Sendo assim…
O tema da paz tem sido bem anunciado, trabalhado na catequese e nas reflexões dos grupos e organizações juvenis? Utilizamos pedagogias apropriadas capazes de descobrir e enfrentar os focos de sofrimento, revolta, insatisfação existenciais dos jovens e oferecer-lhes alternativas de sua superação, principalmente pelo encontro marcante com o Único que traz a paz verdadeira, profunda e permanente, Jesus Cristo? Sem o equilíbrio interno de uma paz existencial o jovem, além de não se encontrar como pessoa, buscará perigosos subterfúgios para minimizar suas carências profundas.
A paz tem sido provocada nos encontros grupais e comunitários? O diálogo, o respeito pelo diferente, o perdão, a paciência fazem parte das relações interpessoais? Os líderes adultos têm dado testemunho disso? E nós, sabemos escutar os jovens e provocamos o diálogo entre as gerações?
A paz tem sido celebrada junto aos jovens? Eles estão acolhendo os sacramentos como encontro qualificado em vista da paz que o coração humano pede tanto? Nós os temos cativado para a alegre busca da Eucaristia que enche a alma de paz por termos o próprio Deus conosco? Eles percebem que estamos realmente dispostos a atendê-los e acompanhá-los, para auxiliá-los no encontro da paz, fruto da misericórdia divina, proveniente do sacramento da Reconciliação?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Papa Francisco envia mensagem exclusiva para o Réveillon do Rio e recorda JMJ

A virada do ano para os cariocas foi especial. Antes da tradicional queima de fogos que reúne cerca de dois milhões de pessoas na orla de Copacabana, uma mensagem do Papa Francisco foi exibida nos telões da praia, mesmo local dos atos centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013).
Tendo em vista as comemorações dos 450 anos da cidade, em 2015, o Arcebispo do Rio, Cardeal Dom Orani João Tempesta, solicitou no Vaticano a mensagem e, assim, o Santo Padre marcou presença mais uma vez no Rio de Janeiro, depois da JMJ.
Em seu texto, o Pontífice agradeceu a acolhida dos jovens no ano passado e destacou a história de fé de um povo que não se deixa abater mesmo diante das dificuldades, como assim foi na vida de seu padroeiro, São Sebastião. Francisco, além de recordar a fundação do Rio, destacou sua beleza natural que justifica o título de “cidade maravilhosa”.
“Querido povo carioca, crê em Deus e Ele cuidará de ti. Endireita os teus caminhos. Espera Nele. Conserva o seu temor e Nele envelhecerás”. Deste modo Francisco exortou o povo carioca a confiar em Deus e fez o convite para que cada um se coloque na perspectiva do Cristo Redentor que, do alto do Corcovado, domina a geografia da cidade e também enxerga as contradições e injustiças.
Ao convidar os cariocas e brasileiros a não permanecerem de braços cruzados, o Santo Padre chama atenção para a construção de um diálogo entre as gerações, pois todos podem contribuir na formação de uma civilização mais justa e fraterna, apesar das inúmeras “cidades invisíveis” e culturas diversas que coexistem num mesmo espaço territorial.
Desta forma, segundo o Pontífice, se faz necessário não perder a esperança, pois a presença de Deus é concreta na capital fluminense: “Deus habita na cidade, Deus habita na cidade. Jesus não ignora as necessidades e sofrimentos de tantos que estão aqui na terra. Seus braços abertos nos convidam a superar as divisões e a construir uma cidade unida pela solidariedade, justiça e paz”.
E se cada cidadão carioca pode contribuir com esta missão, Francisco dá novamente a dica, como fez na visita à comunidade de Varginha, no Rio de Janeiro: é possível “colocar mais água no feijão”!
“De modo concreto, creio que todos podemos aprender muito com o exemplo de generosidade e solidariedade das pessoas mais simples. Aquela sabedoria generosa de saber colocar mais água no feijão, do qual nosso mundo recente tanto”, enfatiza.
O Rio de Janeiro tem muito a oferecer ao Brasil e ao mundo. Deste modo e com um contagiante sorriso, o Papa encerra a mensagem, parabeniza a cidade pelos seus 450 anos de fundação e deseja um “Feliz 2015”. E como de costume, pede orações para ele: “Peço que sempre rezem por mim e, desejando um Feliz 2015 a todos, a cada um envio minha bênção apostólica. Obrigado!”.

Fonte: http://www.jovensconectados.org.br/papa-francisco-envia-mensagem-exclusiva-para-o-reveillon-do-rio-e-recorda-jmj.html