Brasília,
1º de Janeiro de 2015.
Caros
párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
”Bem-aventurados os que
promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus”
(Mt 5, 9)
“Dia
Mundial da Paz”!
Sempre iniciamos o ano com esta comemoração,
ou melhor, com esta aspiração e esperança! E não é para menos: a paz é
expressão profunda do ser humano, pois está intrinsecamente relacionada com o
sentido de harmonia, de alegria, de plenitude da vida. Consciente ou não, a
pessoa humana deseja a paz, irmã da felicidade. E passa a vida a sua procura.
Queremos estar em paz; queremos a paz! Não há, em primeiro lugar, um
ensinamento para isto, mas uma aspiração na raiz da vida. Quando não atingimos
esta paz, nos tornamos doentes, depressivos, irracionais. Quando não a
defendemos, não a facilitamos ou, pior ainda, a ela nos opomos, renunciamos a
nossa filiação divina, tornando-nos violentos, divisores… diabólicos!
Bem-aventurados – felizes! – se tivermos como
princípio motivador da vida, da vocação e da ação pastoral missionária, a paz!
Bem-aventurados – felizes! – se, além disso, promovermos a paz, defendendo-a,
ensinando-a, facilitando-a! A “paz”, segundo o hino das Bem-aventuranças, é a
característica principal que identifica a criatura com o Criador, tornando-a
radicalmente filha de Deus: “sereis chamados filhos de Deus”.
Como
responsáveis pela evangelização da juventude, somos convocados a promover a paz
em nosso meio. E “promover a paz” significa: anunciar a paz, provocar a
paz, celebrar a paz, divulgar a paz. Sendo assim…
O tema da paz tem sido bem anunciado, trabalhado na catequese e
nas reflexões dos grupos e organizações juvenis? Utilizamos pedagogias
apropriadas capazes de descobrir e enfrentar os focos de sofrimento, revolta,
insatisfação existenciais dos jovens e oferecer-lhes alternativas de sua
superação, principalmente pelo encontro marcante com o Único que traz a paz
verdadeira, profunda e permanente, Jesus Cristo? Sem o equilíbrio interno de
uma paz existencial o jovem, além de não se encontrar como pessoa, buscará
perigosos subterfúgios para minimizar suas carências profundas.
A paz tem sido provocada nos encontros grupais e comunitários? O diálogo, o
respeito pelo diferente, o perdão, a paciência fazem parte das relações
interpessoais? Os líderes adultos têm dado testemunho disso? E nós, sabemos
escutar os jovens e provocamos o diálogo entre as gerações?
A paz tem sido celebrada junto aos jovens? Eles estão acolhendo os
sacramentos como encontro qualificado em vista da paz que o coração humano pede
tanto? Nós os temos cativado para a alegre busca da Eucaristia que enche a alma
de paz por termos o próprio Deus conosco? Eles percebem que estamos realmente
dispostos a atendê-los e acompanhá-los, para auxiliá-los no encontro da paz,
fruto da misericórdia divina, proveniente do sacramento da Reconciliação?
Estamos capacitando nossos adolescentes e
jovens para serem verdadeiros protagonistas da
paz numa sociedade e cultura que têm incitado à violência, à divisão, à
concorrência, à injustiça? Podemos assegurar que os jovens que passam pelos
nossos ambientes evangelizadores e educativos saem convictos do valor absoluto
da paz, fortalecidos pelas experiências vividas na comunidade e empolgados por
serem profetas da paz em seu meio social?
Acabamos de celebrar o nascimento do Príncipe
da Paz. Amá-lo e assumi-lo impõem-nos a condição de torná-lo conhecido, amado,
seguido pelos jovens. Se nós, realmente, nos identificamos com aqueles alegres
pastores ao redor da manjedoura, testemunhemos, então, com mais criatividade no
meio dos jovens o alegre e revolucionário encontro com o Príncipe da Paz. “Conhecer
a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado
foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra
e obras é nossa alegria” (DAp 29).
Nossa Senhora, Mãe de Deus e Rainha da Paz,
cure suas feridas de pastores, renove seus sonhos para o ano que se inicia,
interceda pelas suas necessidades humanas, aumente seu carinho pelos jovens,
lhes traga paz abundante para a fecundidade de seu ministério. Feliz Ano Novo!
“Por amor a meus irmãos e meus amigos,
peço: ‘A paz esteja em ti!’
Pelo amor que tenho à casa do Senhor, eu te desejo todo bem!” [Sl 121(122)]
Pelo amor que tenho à casa do Senhor, eu te desejo todo bem!” [Sl 121(122)]
Dom
Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
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