O Papa Francisco presidiu a Via-Sacra com os
jovens, nesta sexta-feira, 29 de julho, no Parque de Blonia, em Cracóvia.
O tema dessa celebração com o Papa é
“Via-Sacra, Via da Misericórdia”.
A alocução do pontífice, feita no fim da
Via-Sacra, começa com as seguintes palavras de Jesus:
“Pois eu estava com fome, e vocês me deram de
comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me
receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e
cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’.”
Estas palavras de Jesus vêm ao encontro da
questão que muitas vezes ressoa na nossa mente e no nosso coração: «Onde Deus
está?» Onde Deus está, se no mundo existe o mal, se há pessoas famintas,
sedentas, sem abrigo, deslocadas, refugiadas? Onde está Deus, quando morrem
pessoas inocentes por causa da violência, do terrorismo, das guerras? Onde Deus
está, quando doenças cruéis rompem laços de vida e de afeto? Ou quando as
crianças são exploradas, humilhadas, e sofrem – elas também – por causa de
graves patologias? Onde Deus está, quando vemos a inquietação dos duvidosos e
dos aflitos na alma? Há perguntas para as quais não existem respostas humanas.
Podemos apenas olhar para Jesus, e perguntar a Ele. E a sua resposta é esta:
«Deus está neles», Jesus está neles, sofre neles, profundamente identificado
com cada um. Está tão unido a eles, que quase formam «um só corpo».
“Foi o próprio Jesus que escolheu
identificar-Se com estes nossos irmãos e irmãs provados pelo sofrimento e a
angústia, aceitando percorrer o caminho doloroso para o calvário. Ao morrer na
cruz, entrega-Se nas mãos do Pai e leva consigo e em Si mesmo, com amor de
doação, as chagas físicas, morais e espirituais da humanidade inteira.
Abraçando o madeiro da cruz, Jesus abraça a nudez e a fome, a sede e a solidão,
a dor e a morte dos homens e mulheres de todos os tempos. Nesta noite, Jesus e
nós, juntamente com Ele, abraçamos com amor especial os nossos irmãos sírios,
que fugiram da guerra. Os saudamos e acolhemos com fraterno afeto e simpatia”,
disse ainda o Santo Padre.