quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Igreja se prepara para iniciar o Ano do Laicato

“Sabeis que a doutrina do sacerdócio comum dos fiéis, tão amplamente desenvolvida pelo Concílio, ofereceu ao laicato a ocasião providencial de descobrir sempre mais a vocação de todo o batizado ao apostolado e o seu necessário compromisso, ativo e consciente, com a tarefa da Igreja. Isto é consolador, e devemos ser os primeiros a nos alegrar com esta colaboração do laicato e a encorajá-la” (Homilia do Papa João Paulo II, no Maracanã).
Durante a primeira visita ao Brasil, em junho de 1980, o então Papa João Paulo II já destacava a necessidade de estimular o protagonismo dos leigos para que esses assumissem a missão evangelizadora como parte da Igreja.
Quase 40 anos depois do discurso de São João Paulo II, a Igreja se prepara para vivenciar o Ano do Laicato – que terá início no dia 26 de novembro, na Solenidade de Cristo Rei, e findará na mesma data, em 2018 –, tendo como tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, e como lema: “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14).

Documento 105 da CNBB
Agora, o anúncio do Ano do Laicato está sob a luz do pedido do Papa Francisco, de fazer crescer “a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja”.
O intuito geral como Igreja é celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos no Brasil, assim como aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão, e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade.
Além disso, o Ano do Leigo pretende dinamizar o estudo e a prática do Documento 105 da CNBB sobre “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”, bem como demais arquivos do Magistério, em especial do Papa Francisco, sobre o Laicato, e estimular a presença e a atuação dos cristãos leigos como “sal, luz e fermento” na Igreja e na sociedade.

Igreja em saída
O vigário episcopal para a Caridade Social, cônego Manuel Manangão, explicou a importância desse período para a Igreja. “Esse ano já é esperado há muito tempo, porque, apesar da Igreja sempre lidar com a realidade do leigo também atuando na ação evangelizadora, de alguma maneira, nos últimos 20 anos, constatou-se uma espécie de esfriamento na ação laical. Talvez, por uma questão de ‘clericalização’, a Igreja colocou nas mãos dos padres muito do processo de decisão. A partir disso, o leigo ficou muito distante da dimensão de ação dentro da sociedade”, comentou.
Ainda segundo o cônego, a consequência do esfriamento na ação laical é a falta de renovação das lideranças. “Temos muitos leigos atuando, disso não há dúvidas. Porém, no conjunto geral das pastorais sociais, por exemplo, não temos grandes nomes. Com isso, não há renovação das lideranças, elas estão envelhecidas. São pessoas que trabalham, militam na área da ação social e das pastorais há mais de 40 anos. Ao mesmo tempo, as pessoas que chegam ainda estão, de certa forma, ‘cruas’, com pouca visão do que é a Igreja”, frisou.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

4º Seminário de Comunicação aborda “simplificação dos meios, o uso e a acessibilidade” das redes

“Simplificação dos meios, o uso e a acessibilidade” foi o tema apresentado pelo assessor da Comissão Episcopal para Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Padre Antônio Xavier, na noite desta terça-feira, 7 de novembro, durante a abertura do 4º Seminário de Comunicação, que será realizado até o dia 10, no Centro de Estudos e Formação do Sumaré, no Rio de Janeiro. 
Logo após a abertura oficial do seminário e apresentação do tema realizada pelo arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, juntamente com o vigário episcopal para a Comunicação Social e Cultura da Arquidiocese, Cônego Marcos William, Padre Antônio proferiu a primeira conferência do encontro recordando a história da Igreja com a comunicação e realizando um panorama dos dias atuais com o advento da cultura digital. 
“Abordamos nessa primeira palestra exatamente a caminhada que a Igreja fez em relação aos meios de comunicação e, ao mesmo tempo, apresentamos um pouco do cenário em que vivemos hoje com tantas mudanças trazidas pela cultura digital e por toda essa revolução tecnológica às vezes chamada de quarta revolução industrial. A partir disso, expomos e refletimos um pouco sobre temáticas como o vício digital, as diferenças entre alguém que está online e alguém que está realmente disponível para uma conversa ou algo assim, um discernimento mais apurado diante do entusiasmo pela tecnologia que às vezes gera certa ansiedade, que são provindas desse meio, mas ao mesmo tempo toda a abordagem positiva em relação ao crescimento, utilização dos meios digitais para a saúde, para a educação e para tantas outras abordagens”, explicou o sacerdote.
Partindo da afirmação que “a evolução da tecnologia é tão inerente quanto a evolução da humanidade”, padre Antônio apresentou a linha do tempo das revoluções industriais destacando que hoje “vivencia-se uma grande variedade de itens tecnológicos capazes de facilitar a vida e os relacionamentos e impulsionar a produtividade”.