“Sabeis que a doutrina do sacerdócio comum
dos fiéis, tão amplamente desenvolvida pelo Concílio, ofereceu ao laicato a
ocasião providencial de descobrir sempre mais a vocação de todo o batizado ao
apostolado e o seu necessário compromisso, ativo e consciente, com a tarefa da
Igreja. Isto é consolador, e devemos ser os primeiros a nos alegrar com esta
colaboração do laicato e a encorajá-la” (Homilia do Papa João Paulo II, no Maracanã).
Durante a primeira visita ao Brasil, em junho
de 1980, o então Papa João Paulo II já destacava a necessidade de estimular o
protagonismo dos leigos para que esses assumissem a missão evangelizadora como
parte da Igreja.
Quase 40 anos depois do discurso de São João
Paulo II, a Igreja se prepara para vivenciar o Ano do Laicato – que terá início
no dia 26 de novembro, na Solenidade de Cristo Rei, e findará na mesma data, em
2018 –, tendo como tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’,
a serviço do Reino”, e como lema: “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14).
Documento 105 da CNBB
Agora, o anúncio do Ano do Laicato está sob a
luz do pedido do Papa Francisco, de fazer crescer “a consciência da identidade
e da missão dos leigos na Igreja”.
O intuito geral como Igreja é celebrar a
presença e a organização dos cristãos leigos no Brasil, assim como aprofundar a
identidade, vocação, espiritualidade e missão, e testemunhar Jesus Cristo e seu
Reino na sociedade.
Além disso, o Ano do Leigo pretende dinamizar
o estudo e a prática do Documento 105 da CNBB sobre “Cristãos leigos e leigas
na Igreja e na sociedade”, bem como demais arquivos do Magistério, em especial
do Papa Francisco, sobre o Laicato, e estimular a presença e a atuação dos
cristãos leigos como “sal, luz e fermento” na Igreja e na sociedade.
Igreja em saída
O vigário episcopal para a Caridade Social,
cônego Manuel Manangão, explicou a importância desse período para a Igreja.
“Esse ano já é esperado há muito tempo, porque, apesar da Igreja sempre lidar
com a realidade do leigo também atuando na ação evangelizadora, de alguma
maneira, nos últimos 20 anos, constatou-se uma espécie de esfriamento na ação
laical. Talvez, por uma questão de ‘clericalização’, a Igreja colocou nas mãos
dos padres muito do processo de decisão. A partir disso, o leigo ficou muito
distante da dimensão de ação dentro da sociedade”, comentou.
Ainda segundo o cônego, a consequência do
esfriamento na ação laical é a falta de renovação das lideranças. “Temos muitos
leigos atuando, disso não há dúvidas. Porém, no conjunto geral das pastorais
sociais, por exemplo, não temos grandes nomes. Com isso, não há renovação das
lideranças, elas estão envelhecidas. São pessoas que trabalham, militam na área
da ação social e das pastorais há mais de 40 anos. Ao mesmo tempo, as pessoas
que chegam ainda estão, de certa forma, ‘cruas’, com pouca visão do que é a
Igreja”, frisou.
Ele ainda acrescentou: “o resultado disso é
que, de um lado, fica com um clero altamente sobrecarregado, porque realiza
muitas ações e, ao mesmo tempo, por conta disso, além do cansaço, as muitas
ações parecem ineficientes”, pontuou.
Para o sacerdote, os leigos podem alcançar
realidades e pessoas as quais os padres ainda não conseguem chegar. “Às vezes
costumo dizer que eles vão a lugares que eu, certamente, jamais irei. Não por
não poder ir, mas sim porque são muitos os lugares, como, por exemplo, as
realidades da família, das escolas, da economia e da política. As múltiplas
realidades que fazem parte da vida do ser humano necessitam de pessoas que, ao
viverem essa realidade, possam atuar nelas. À medida que pudermos fazer com que
o leigo perceba a dimensão de sua vida como Igreja, teremos um ganho absurdo na
missão”, completou.
O cônego Manangão ainda destacou três
questões trazidas pelo Ano do Laicato. “De um lado, a revalorização da dimensão
do leigo em sua atuação específica, preparando-o para ser fermento, sal e luz
no mundo. Por outro lado, fazê-lo compreender que ele não é um apêndice da
Igreja, ele é a Igreja. O terceiro aspecto é fazer com que o leigo perceba que
ele precisa se atualizar todos os dias, da mesma maneira que o padre necessita.
É fundamental que ele participe de um processo permanente de formação, porque o
mundo tem mudado com muita rapidez e, na verdade, as pessoas parecem que não
estão se preparando para essas mudanças”, finalizou.
Seminário
sobre o Laicato
Tema:
Leigos e leigas - Vocacionados à santidade
Local:
Edifício João Paulo II - Glória (2º Andar) - Horário: Das 8h30 às 17h.
Programação
8h
- Acolhida e café da manhã.
9h
- Oração inicial (Congregação Mariana) e Abertura (Ana Maria de Sá -
CNLB-ArqRio).
9h15
- Tema: Apostolicam Actuositatem (Carmem Silva Swire - Campanha da
Fraternidade).
9h45
- Tema: Lúmen Gentium (Luciano Eufrázio - Movimento Comunhão e Participação).
10h15
- Intervalo.
10h45
- Gaudium et Spes - A família no mundo de hoje (Tatiana Mello - Pastoral
Familiar).
10h45
- Gaudium et Spes - A vida da comunidade e a política (Ronaldo Mello - Pastoral
Familiar).
11h45
- Almoço
13h30
- Animação
13h45
- Tema: Christifideles Laici (José Geraldo dos Reis Virgínio - Círculos
Bíblicos).
14h25
- Intervalo e café.
14h55
- Mensagem e bênção - Cardeal Orani João Tempesta.
15h10
- Tema: Documento 105 da CNBB (Milton Mano - Obra Kolping).
16h
- Mensagem do bispo auxiliar Dom Juarez Delorto Secco.
16h40
- Encerramento.
Fonte:
http://arqrio.org/noticias/detalhes/6322/igreja-se-prepara-para-iniciar-o-ano-do-laicato
Nenhum comentário:
Postar um comentário