Por Salvatore Cernuzi
- É uma história maravilhosa de
conversão nos nossos dias, a de Leah Libresco, a popular blogueira
americana atéia responsável do “Patheos Atheist Portal”.
No passado, 18 de junho, uma
postagem desta jovem filósofa, formada em Yale e colaboradora do
Huffington Post, definitivamente chocou muitos seguidores – especialmente
ateus – do seu blog, chegando rapidamente a todas as partes do mundo.
"Esta é a minha última
postagem" anunciava dramaticamente o título do artigo, onde a blogueira
declarava ter finalmente encontrado a resposta para aquela sua "moral
interna" que até agora o ateísmo não conseguia satisfazer: o cristianismo.
A resposta que durante anos Leah refutava e rejeitava com "explicações que
buscam colocar a moralidade no mundo natural."
"Durante anos eu tentei
argumentar a origem da lei moral universal que reconhecia presente em mim” explicou
a blogueira; uma moralidade "objetiva como a matemática e as leis da
física”. Nesta busca contínua de respostas, Leah se refugiou, por exemplo, na
filosofia ou na psicologia evolutiva.
"Eu não pensava que a resposta
estivesse ali” admite, mas ao mesmo tempo “não podia mais esconder que o
cristianismo demonstrava melhor do que qualquer outra filosofia aquilo que
reconhecia já como verdadeiro: uma moral dentro de mim que o meu ateísmo,
porém, não conseguia explicar”.
Os primeiros "sinais" de
conversão vieram no dia de Domingo de Ramos, quando a blogueira participa de um
debate com os alunos de Yale para explicar de onde deriva a lei moral. Durante
a explicação, foi interrompida por um jovem que “buscava fazer-me pensar – como
ela mesma lembra – pedindo-me para não repetir a explicação dos outros, mas
para dizer o que eu pensava sobre isso”.
"Não sei, não tenho uma
idéia" é a resposta da Leah diante de uma pergunta simples, mas
inquietante. "A sua melhor hipótese?", continuou o jovem, "não
tenho uma", ela responde.
"Terá talvez alguma idéia”,
continua ele; “não o sei... mas acho que a moral tenha se apaixonado por mim ou
algo parecido” tenta falar a filósofa, mas o rapaz neste momento diz-lhe o que
pensava.
Refletindo, ela diz: "Percebi
que, como ele, eu acreditava que a moral fosse objetiva, um dado independente
da vontade humana”. Leah descobre, portanto, que também ela crê “numa ordem,
que implica alguém que o tenha pensado” e “na existência da Verdade, na origem
divina da moral”.
"Intuí – explica ainda – que a
lei moral como a verdade pudesse ser uma pessoa. E a religião católica me
oferecia a estrada mais razoável e simples para ver se a minha intuição era
verdadeira, porque diz que a Verdade é vivente, que se fez homem.”
Pedindo depois àquele jovem o que lhe
sugeria fazer, a filósofa atéia convicta, começa a rezar com ele a Completa no
Livro dos Salmos e continua “a fazê-lo sempre, também sozinha”.
Anos e anos de teorias, provas,
convicções, desmoronados diante da única Verdade: Deus. Publicada no portal, a
história de Leah provocou reações diversas e milhões de comentários. Basta
pensar no fato de que tenha sido postada no Facebook 18 mil vezes e que a sua
página web tenha recebido, segundo o diretor do blog, Dan Welch, cerca de 150
mil acessos.
Muitos comentários são acusadores,
pessoas atéias que se sentem “traídas” por aquela que era para eles uma líder.
Muitos outros, ao contrário, são de católicos que, como muitos não-crentes,
seguiam o blog. Alguns expressam as suas felicitações e dizem: "Estou tão
feliz por você. Rezei tanto. A aventura está apenas começando".
Entrevistada pela CNN, Leah, no
entanto, confessou de ter ainda muito a entender e estudar sobre aquilo que
sustenta a Igreja sobre questões de moral, como por exemplo a questão da
homossexualidade que a deixa ainda “confusa”. “Mas não é um problema” afirmou,
em quanto que tudo do que ela se convenceu “é razoável”.
Depois da conversão, procurou também
uma comunidade católica, “escandalizando os amigos” mais incrédulos. “Se me
perguntam como estou hoje respondo que estou feliz – diz a blogueira – o melhor
período que você pode viver é quando você se dá conta de que quase tudo o que
você pensava que era verdadeiro, na verdade era falso”.
Ainda à CNN, a blogueira contou que
se sentia “renascida uma segunda vez”: “É ótimo participar da Missa e saber que
ali está Deus feito carne – declarou – um fato que explica tantas outras coisas
inexplicáveis".
Neste ponto, a questão que mais
causa curiosidade é o que fará Leah do seu popular blog ateu? Uma pergunta que
tem assombrado a mesma autora todos os dias depois daquela fatídica tarde em
Yale.
"Parar de escrever? - Diz na
sua postagem - continuar em um estilo cripto-católico esperando que ninguém
perceba (como fiz no último período)?”
Após um exame demorado, a solução
foi outra: "A partir de amanhã, o blog será chamado "Patheos Catholic
channel "e será usado para discutir com os ateus convictos, como fazia
antes com os católicos.
O motivo? "Se a pessoa é
honesta - explica - não tem medo de entrar em diálogo. Eu recebi uma
resposta sobre o que buscava porque aceitei colocar-me em diálogo. O interessante
de muitos ateus é que fazem críticas e pedem provas. Uma coisa utilíssima à
Igreja, que não deve ter medo porque está do lado dos fatos e da razão”.
Incentivo, finalmente, conclui a
postagem, quase uma despedida da Libresco aos seus muitos leitores ateus:
"Quaisquer que sejam suas crenças religiosas parar e pensar naquilo que
você crê é uma boa ideia e se assim compreende que há algo que te obriga a
mudar de ideia, não tenha medo e lembre-se que a tua decisão pode somente
melhorar a tua visão das coisas”.
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