quarta-feira, 4 de julho de 2012

Carta aos Párocos




CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude                


Brasília, 01 de julho de 2012.
CJ – C – Nº 0638/12
Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros.

Acabo de participar do “Bote Fé” de Campo Grande, MS. Que graça divina! O jovem Flávio me confidenciou, vibrando: “a juventude de nossa diocese não será mais a mesma depois deste Bote Fé!”. Por todos os cantos por onde passam os símbolos da Jornada se torna evidente que há algo extraordinário acontecendo! E ainda falta 1 ano para a JMJ Rio 2013. É isto mesmo: estamos a exatamente 1 ano dela! E para marcar este mês de julho em vista do ‘arranque final’ teremos, entre tantas coisas: a “Jornada e Ação Social” (cf. www.rio2013.org.br), o “Bote Fé na Vida” (cf. www.jovensconectados.org.br), o lançamento dos dois subsídi os “A Caminho da JMJ” e do DVD gravado com os artistas católicos em Natal, o Seminário sobre “Bioética e Juventude”.

A JMJ tem como centro Jesus Cristo e a fé que abraçamos. A juventude é o seu destaque principal; mas é toda a Igreja que se movimenta e se beneficia deste momento de graça. Afinal de contas, apostar nos jovens é apostar na perene vitalidade da Igreja que é sempre chamada a ser criativa, ousada, bela, profética, agradável... e estes traços são próprios da juventude.  A JMJ vem para fortalecer nossa caminhada de evangelização em seu meio e espera que nos desdobremos ao máximo para favorecer em todas as partes, principalmente em nossas Paróquias, uma verdadeira pastoral juvenil que acolha, organize e acompanhe a ‘novidade’ que somente os jovens têm e trazem, sob a ação divina.

“Sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada”. Já pensaram na força desta expressão que o nosso papa nos dirigiu em 2007? O ‘rosto’  é a nossa manifestação primeira nos relacionamentos; seus traços são a linguagem inicial de um encontro; é a porta de entrada que, pouco a pouco, pela convivência, nos abre à verdade da pessoa; é o lugar de encontro inicial que nos leva aos pensamentos e sentimentos daquele/a que se encontra em nossa frente. O rosto revela, desde os seus tênues traços, se alguém está bem ou mal, se há dor ou alegria, se há satisfação ou preocupação; fala de sonhos e medos, riquezas e carências. Não é pra menos que sempre estamos cuidando do rosto... E é curioso notar que o rosto, apesar de ser ‘meu&rsq uo;, ‘pertence’ aos outros. Os outros veem nosso rosto mais do que nós mesmos.

Não dá para pensar uma pessoa sem rosto... nem uma Igreja sem os jovens; nem uma comunidade sem alguma expressão juvenil significativa, sem propostas concretas que contemplem os jovens com seus sonhos, ideias, dores! Estamos vivendo um momento ímpar da história da Igreja em nosso país. A JMJ vem para nos auxiliar a ver o rosto do jovem em nosso meio, ler seus sinais, bem como a verificar se nossas comunidades ‘têm rosto jovem’ ou se ainda se encontram ‘desfiguradas’. Qual é o rosto de nossas paróquias? Somos capazes de reconhecer no rosto da Igreja, o rosto dos jovens; e no rosto deles, a comunicação de Deus? Aprendemos a ler os sinais que Deus nos revela por meio deles?

Sua paróquia tem traços juvenis marcantes, abundantes, vibrantes? Já pensaram em aproveitar deste kairós para elaborar um Plano de Evangelização da juventude? É, isto mesmo! Algo que pudesse nortear para os próximos anos a organização paroquial da juventude, que vá além dos meros entretenimentos religiosos oferecidos aos jovens. Convoquem as expressões juvenis de suas comunidades e elaborem algo que, mesmo simples, possa nortear os cuidados deste ‘rosto de sua paróquia’.

E que tal começar isso fotografando o rosto jovem de sua paróquia? Que bonito seria a Comunidade poder passar este ano todo de preparação imediata à JMJ contemplando um grande e bem preparado painel com os rostos de seus jovens dos movimentos, pastorais da juventude, novas comunidades, congregações religiosas, crisma; indígenas, universitários, catequistas, grupos juvenis... e até dos ‘sem grupo’. Motivem os jovens para esta atividade; envolvam os adultos. Marquemos este ano com algum sinal bem visível da bonita juventude que Deus envia para a beleza de nossas Comunidades eclesiais, afinal de contas “sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada!”

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude (CEPJ)

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