Durante o 4° Encontro
Nacional de Postuladores realizado no Rio de Janeiro, o cônego Alexander Mello
Jaeges, da Diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, vice
postulador da causa de canonização dos beatos padre Manuel Gómez González e o
coroinha Adílio Daronch, apresentou a história de dois candidatos à canonização
e salientou a figura do jovem rapaz Adílio.
Adílio Daronch nasceu
em 25 de outubro de 1908, em Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul. Desde cedo,
Adílio manifestava predileção pelas coisas da Igreja, e depois da Primeira
Comunhão começou a auxiliar como coroinha no serviço do altar. Ele era um
menino alegre, porém reservado; gostava de futebol e de brincar com outras
crianças.
“Ele era um adolescente
que ajudava nos trabalhos de casa, que gostava de praticar esportes; tinha
amizades, mas também vivia a sua fé, não como algo separado da sua vida. Isto
incentiva os jovens hoje a viverem de um modo diferente no mundo: apreciando o
estudo, o cotidiano e as amizades, mas fazendo uma seleção daquilo que vale a
pena”, revelou.
Segundo destacou o
vice-postulador, o coroinha Adílio acompanhava o padre no seu trabalho
cotidiano, e muitas vezes eles saíam a cavalo. As visitas duravam normalmente
um mês, tempo necessário para conseguir visitar e atender as diversas
comunidades que compunham a paróquia gigantesca.
“Devido à
manifestação da fé e ao anúncio do Evangelho, o padre vivia ameaçado de morte.
Adílio era um jovem que sabia dos perigos e das dificuldades e, mesmo diante de
tudo, o seguia nas missões,” disse cônego Alexander.
O outro candidato a
santo é o padre espanhol Manuel Gómez González, que desde pequeno sonhava em
ser sacerdote.
Aos 25 anos, recebeu
a ordenação em sua terra natal, viajando em 1904 para Portugal, onde permaneceu
como pároco até 1913, mesmo ano em que veio para o Brasil por conta de uma
perseguição religiosa à Igreja Católica portuguesa.
Depois de chegar ao
Rio de Janeiro, foi encaminhado para o Rio Grande do Sul, onde dois anos depois
foi nomeado pároco no município de Nonoai. No local, desempenhou sua missão
evangelizando o povo com dedicação.
Com bondade e paciência, o sacerdote soube
cumprir seu trabalho pastoral; promoveu e encorajou o Apostolado da Oração,
organizou a catequese e incentivou a participação dos fiéis nas missas e nos
sacramentos. Além disso, fundou uma escola na própria casa, na qual ensinava
gratuitamente crianças e adolescentes.
Nesta época, o Rio
Grande do Sul passava por uma revolução e muitas paróquias já não tinham mais
padres, porque foram expulsos ou já tinham sido transferidos. Padre Manuel foi
determinado a atender os cristãos do sertão do Alto Uruguai, mesmo sabendo do
perigo que enfrentaria.
Em 1924, padre Manuel
foi abençoar um cemitério junto ao coroinha, e havia uma emboscada preparada
por soldados. No local, foram amarrados em árvores e assassinados; o sacerdote
com dois tiros e o menino de 15 anos com três.
“A devoção começou
logo após a morte porque o local do martírio se tornou um lugar de peregrinação
com muita gente rezando e pedindo a intercessão deles”, completou o cônego.
Fonte: Jornal Testemunho de Fé, página 16
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