De
diversas formas os batizados podem exercer sua vocação missionária. Nesta
edição, o Testemunho de Fé entrevistou dois jovens que vivem de forma diferente
a sua missionariedade: um deixou a sua cultura para viver em terras distantes e
lá fazer o anúncio do Evangelho, outro se tornou um evangelizador em seu
cotidiano, na sua própria paróquia. Vivenciando diferentes histórias, Cosme
Fernandes de Aguiar e Raphael de Oliveira colaboram, a cada dia, para que mais
pessoas conheçam a alegria de viver em Cristo.
Tudo deixar por Cristo
Cosme
Fernandes Aguiar, membro da Comunidade de Aliança da Comunidade Católica Shalom
há dez anos, esteve em missão na Tunísia de 2009 a 2012. De acordo com
ele, foi difícil deixar tudo – família, trabalho e estudos – para seguir esse
convite missionário.
“Você
tem uma estabilidade de vida e de repente Deus, através da Igreja, te pede para
deixar tudo o que conquistou e partir para evangelizar em outra cultura. No
primeiro momento parecia algo impossível, mas Deus tranqüilizou meu coração
pela forma como as coisas foram acontecendo durante o processo de envio”,
explicou Cosme, que aprendeu a viver o cristianismo num país de maioria
muçulmana.
Cosme
teve de deixar o cargo de gerente de qualidade numa empresa, a faculdade de
engenharia e sua mãe, que sofreu um problema de saúde antes de sua partida para
a missão junto aos jovens tunisianos.
“Deus
me fez entender que, mesmo aqui eu não era a segurança da minha mãe, mas que
Ele, sim, é. Essa experiência me deu a segurança de que Deus proveria tudo na
minha ausência”, contou.
Evangelização dos jovens
Ao
voltar da Tunísia, Cosme foi morar em Santa Cruz. Por lá, teve a missão de
fundar um grupo de oração na capela de São Jorge, no Largo do Bodegão. O pedido
foi feito à Comunidade Shalom pelo padre Jorge Bispo, pároco da Igreja Nossa
Senhora da Conceição.
Um
trabalho de evangelização com grupos de oração voltados para os jovens foi
iniciado na capela e outro foi criado há um mês na unidade Santa Cruz da
Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).
“Hoje
o mundo precisa de testemunho de uma vivência cristã, de uma juventude que
encontra em Deus sua felicidade. Muitos jovens se dizem felizes, mas só
encontro jovens verdadeiramente felizes por terem encontrado em Deus o sentido
da sua vida. Eles se doam e se entregam à evangelização. A mensagem que fica é
que não retenham o Cristo, não retenham os dons que Deus dá, mas se coloquem
numa postura de serviço em que o próprio Deus os impulsione ao próximo. E a
oração é o grande segredo para alguém que deseja sair em missão. É ela que vai
dar a graça de permanecer fiel a essa realidade”, aconselhou.
Juventude Missionária nas paróquias
Por
meio do convite de um insistente amigo, o jovem Raphael de Oliveira ingressou
no grupo Juventude e Família Missionária, que existe há 27 anos na Paróquia
Nossa Senhora do Loreto, na Freguesia. Aos 19 anos de idade, depois de realizar
uma missão urbana no próprio bairro e observar a empolgação dos outros jovens,
resolveu participar do grupo. Há dois anos ele está nas missões.
“A
gente tem o costume de se reunir mensalmente para formações, com palestras
ministradas por nosso diretor espiritual, padre André. As missões acontecem, em
geral, um final de semana por mês. Batemos de porta em porta para levar a
palavra de Cristo às pessoas. Nós vamos a vários lugares, evangelizamos em
todos os cantos”, contou.
O
grupo desenvolve diversas atividades missionárias. Na Semana Santa, por
exemplo, ocorre a Mega Missão, na qual, por quatro dias, os jovens missionários
vão para uma região escolhida e lá evangelizam. A última visita aconteceu na
Comunidade Nossa Senhora de Fátima, no Alto da Boa Vista, há duas semanas. O
objetivo é sempre o mesmo: levar a palavra de Deus a todos, como propõe Jesus.
“A
cada missão que faço eu saio renovado, com a minha fé fortalecida”, afirmou
Raphael. Para ele, uma forma eficaz de arrebanhar jovens para a missão se dá
pelo testemunho e exemplo.
“Os
jovens precisam de incentivo, mas também precisam ver o nosso exemplo. Nós
jovens temos de ser testemunhas para os outros. Além do convite formal que é
importante, acho que os demais jovens têm de nos ver como exemplo, como cristãos
autênticos”.
Fonte: Jornal Testemunho de Fé
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