Brasília, 01 de Outubro de 2013.
Caros párocos e demais
responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
“Educá-los na missão, a sair, a pôr-se em marcha, a estar sempre nas
ruas pela fé. Assim fez Jesus com seus discípulos: não os manteve apegados
a Ele como a galinha aos pintinhos; os enviou. [...] Empurremos os jovens para que saiam.” (Francisco, 27/07/2013)
Chegou,
mais uma vez, o “Mês Missionário”. Já é tradição dedicarmos este mês à reflexão
sobre esta dimensão que faz parte de nossa vida cristã. Nenhum cristão pode
abrir mão de ser missionário, uma vez que esta realidade é intrínseca ao
Batismo. Podemos atuar missionariamente de maneiras diferentes, mas todos
acolhem o mesmo mandato de Jesus Cristo: “Ide
e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19).
Há tempo
estou percebendo – e me alegrando! – que os conceitos “missão” e “missionário”
vêm sendo acolhidos normalmente pelas novas gerações. “Ser missionário” ou
“fazer missão” ou algo deste gênero, já não remete mais à ideia exclusiva dos
louváveis missionários e missionárias, quase sempre sacerdotes e consagrados,
que se deslocavam de terras estrangeiras para conviver e servir à evangelização
em nosso país, principalmente nos lugares mais desafiadores. Hoje, com muita
naturalidade, os jovens estão se apropriando destes termos e buscando formas
novas de fazerem valer esta sua vocação batismal. Isto é maravilhoso! Saibamos
valorizar esta realidade para que eles possam, ali onde vivem, testemunhar mais
fortemente ao mundo a gratuidade do serviço em prol dos mais desfavorecidos,
sofredores e esquecidos de nossa realidade.
Na JMJ Rio
2013 nossos jovens foram, de maneira intensa e celebrativa, provocados a
entenderem e vivenciarem este chamado. Certamente voltaram para suas casas,
comunidades, grupos, paróquias, escolas, animados em fazer valer o que o Papa
Francisco soube tão bem motivar. E agora nos vem uma dúvida: o que eles estão
encontrando em nossos ambientes? Não basta Jesus Cristo enviar estes seus
jovens discípulos, nem o Papa motivá-los à missão se eles não forem colocados
em situação de desenvolvimento deste mandato. Há muita energia de amor e
serviço concentrada no coração e nos sonhos dos jovens, aguardando ocasiões
propícias para sua propagação. A fala do Papa na Catedral do Rio foi muito
direta aos adultos, evangelizadores e educadores da juventude: cabe a nós a
responsabilidade de educar os jovens para a missão,empurrando-os às ruas para
que sejam protagonistas de uma nova história, a partir da fé em Jesus Cristo e
de sua vivência eclesial.
Como obedecer ao Sucessor de Pedro, concretizando isto que ele nos pede?
Estamos no
fim do “Ano da Juventude” e do “Ano da Fé”. Esta bonita coincidência é, para
nós brasileiros, provocação de Deus a um trabalho mais consistente e criativo
para que os jovens, convictos e formados à luz da fé, se tornem profetas
proativos na realidade sociocultural em que se encontram. Assim, não percamos o
precioso momento das nossas Assembleias e Reuniões de avaliação e planejamento
que acontecem normalmente agora, por exemplo, em nossas Paróquias, Dioceses,
Regionais, Pastorais, Congregações Religiosas, Movimentos para
operacionalizarmos algumas das propostas contempladas no Texto-base da Campanha
da Fraternidade 2013 e, principalmente, nas 8 Linhas de Ação do Documento
85, “Evangelização da Juventude –
Desafios e Perspectivas Pastorais”. Ali encontramos uma riqueza imensa de
reflexões e sugestões que, acrescida a este contexto juvenil pelo qual estamos
passando, proporcionarão novos tempos aos nossos jovens, às nossas comunidades,
à sociedade.
As
celebrações litúrgicas deste mês, embelezadas pela comemoração de grandes
apóstolos, evangelistas, santos e santas se tornam, também, ocasião propícia
para apresentar aos jovens, de maneira criativa, estes testemunhos missionários.
Santa Terezinha do Menino Jesus –
Padroeira das Missões – aumente em nós a consciência missionária de nossa vida
cristã!
São Francisco de Assis – Protetor
dos Desamparados – nos ajude a crescer na sensibilidade e nos gestos concretos
de amor junto aos mais abandonados de nossos ambientes!
Nossa Senhora Aparecida – Mãe amada
do Brasil – interceda pela nossa conversão pastoral a favor da cultura da
acolhida às juventudes que estão ao nosso redor!
Que o DNJ
(Dia Nacional da Juventude) a ser celebrado no final deste mês missionário
atinja o maior número possível de adolescentes e jovens que estão sob sua
responsabilidade, para que neles sejam fortalecidos os nobres sonhos de Deus de
vida plena para todo seu povo.
Com estima
e orações,
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
da CNBB
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