Por
D. Eduardo Pinheiro da Silva
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
Brasília,
01 de Fevereiro de 2014
Caros párocos e demais
responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
“O menino foi
crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria.
E a graça de Deus estava com ele”.
(Lc 2, 40)
E a graça de Deus estava com ele”.
(Lc 2, 40)
Uma juventude bem motivada, não para! Nessas
férias muitas expressões juvenis reservaram um pouco de seu tempo para retiros,
encontros, evangelização nas praias, experiências missionárias, formação; as
Pastorais da Juventude realizaram seus Congressos, Assembleia, Ampliada. É a
vida que continua; é a força da
missão que as empolga e as convida para uma formação permanente em
vista de uma atuação cada vez mais adequada aos novos tempos. Como adultos
responsáveis pela juventude, não podemos deixar de parabenizar estes jovens,
reconhecendo-lhes sua beleza, significatividade e singularidade na missão da
Igreja na história!
Como já foi mencionado na Carta anterior, o
Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil no Brasil, acontecido em
dezembro, retomou as 8 Linhas de Ação do Documento 85. A partir delas, foram
destacadas, então, aquelas principais Pistas
de Ação que necessitam ser potencializadas pelas expressões juvenis
(Congregações Religiosas, Novas Comunidades, Movimentos, Pastorais da
Juventude) e pelas instâncias eclesiais (comunidades, paróquias, dioceses,
regionais).
Seis expressões juvenis e Regionais da CNBB
presentes no Encontro assumiram a 1ª. Linha de Ação, que aborda a questão da FORMAÇÃO INTEGRAL, como uma de suas
duas prioridades para os próximos anos. As duas PISTAS DE AÇÃO referentes a
esta Linha, ficaram assim redigidas:
1º. INVESTIR na Formação Integral
permanente,
articulando a Rede de Institutos de Juventude e demais experiências.
2º. Aproximar e ligar a Pastoral Juvenil à CATEQUESE,
em vista da Formação Integral.
articulando a Rede de Institutos de Juventude e demais experiências.
2º. Aproximar e ligar a Pastoral Juvenil à CATEQUESE,
em vista da Formação Integral.
Em síntese, esses dois pontos nos convocam ao
“investimento” na proposta pedagógica de uma formação que seja integral e à
atenção para que ela esteja presente na “Catequese” oferecida aos nossos
adolescentes e jovens. Eles têm direito de receber de nossos ambientes e
projetos, elementos que os ajudem em sua vida global e não somente em um dos
aspectos dela. Bem nos recordou o Documento 85, n. 96 e 97: “O conceito de
formação integral é importante para considerar
o jovem como um todo, evitando assim reducionismos que distorcem a proposta
de educação na fé, reduzindo-a a uma proposta psicologizante, espiritualista ou
politizante. [...] Quem trabalha na formação de jovens necessita estar atento
às cinco dimensões: psico-afetiva, psicossocial, mística,
sócio-político-ecológica e capacitação”.
Não estaríamos exagerando ao afirmar que, se
nosso acompanhamento aos jovens fosse sempre adequado a todas as suas dimensões
e houvesse harmonia entre elas, tudo o mais estaria praticamente resolvido.
Muita coisa já se faz, mas ainda há muito chão. Eis abaixo algumas sugestões para se colocar
em prática o princípio da Formação Integral, colhidas de nossos documentos,
orientações eclesiais, partilhas realizadas no Encontro de dezembro, subsídios
formativos, experiências de evangelização:
1
- Conhecer (ler, estudar,
debater) mais profundamente o que vem a ser a “Formação Integral” com suas
várias dimensões;
2
- Averiguar quais dimensões da
“Formação Integral” estão menos contempladas nos projetos e subsídios juvenis e
ver como suprir esta carência;
3
- Conversar com os responsáveis pela Catequese e
insistir na implantação do Processo de Iniciação à Vida Cristã, cujo conteúdo
programático e dinâmica propõem falar de maneira mais clara e provocante à vida
das novas gerações em suas diversas relações: consigo, com o outro, com Deus,
com a Igreja, com a Sociedade, com o Mundo;
4
- Analisar se os temas “vocação” e “afetividade” vêm sendo realmente
explorados na sua beleza e profundidade junto aos adolescentes e jovens,
principalmente na catequese e nos grupos juvenis, e buscar formas atraentes de
envolvê-los nestes assuntos contribuindo, assim, com a maturidade das relações
e das opções de vida;
5
- Favorecer-lhes materiais, orientações e ocasiões que contribuam concretamente
para a elaboração do Projeto
Pessoal de Vida, a partir das dimensões da Formação Integral;
6
- Fazer um levantamento e usufruir de materiais e cursos disponíveis, oferecidos por
organizações como Institutos de Juventude e Congregações Religiosas, que,
sintonizadas com a realidade juvenil atual e as orientações da Igreja, possam
contribuir com o amadurecimento das dimensões da Formação Integral;
7
- Investir em Escolas Jovens e Cursos de Liderança que trabalhem
as dimensões da Formação Integral;
8
- Utilizar das redes sociais para
iluminar, aprofundar e questionar os jovens que vivem neste universo midiático
auxiliando-os na compreensão, acolhida e desenvolvimento das várias dimensões
de sua vida;
9
- Favorecer reflexões bíblicas,
principalmente passagens da vida de Jesus Cristo, que possam iluminar os jovens
na sua busca de felicidade, de prazer em viver, de servir;
10
- Cuidar para que a Formação Integral seja regada tanto de aprofundamento teórico quanto de experiência prática, que toquem à vida;
Em síntese, a orientação sobre a “Formação
Integral” diz respeito a todos os ambientes e projetos eclesiais que se propõem
à educação e à evangelização dos adolescentes e jovens. No fundo, todos nós
deveríamos nos comprometer em avaliar nossas estruturas e propostas formativas,
revitalizando-as para que sejam capazes de acolher e responder a todas as
dimensões da vida desta parcela da sociedade que Deus nos confia para amar e
servir, em vista de seu Reino. Neste processo, os jovens não são considerados
somente destinatários de nossa missão, mas sujeitos capazes de entenderem e
contribuírem com a própria formação.
Jesus, que “crescia, ficando forte e cheio de
sabedoria” nos pede que oportunizemos condições de Formação Integral aos seus
jovens discípulos missionários que estão sob nossos cuidados.
Maria, que contando com a graça divina
acompanhou Jesus em todos os seus passos, nos auxilie nesta missão de
educadores e evangelizadores das novas gerações que passeiam pelos nossos
ambientes, olhos, mãos e corações.
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