A tarde clara e quente de
sábado, dia 12 de abril, foi ainda mais brilhante com o sorriso e quente com a
calorosa alegria de mais de mil jovens que celebraram a Jornada Diocesana da
Juventude no bairro de Inhaúma, no Complexo do Alemão.
Jovens
das paróquias, movimentos, novas comunidades, congregações e pastorais da
juventude fizeram uma concentração na Praça de Inhaúma, em frente à Paróquia
São Tiago, para a bênção dos Ramos, antes de saírem em procissão pelas ruas do
bairro. A missa foi presidida pelo bispo de Valença e referencial da juventude
no Regional Leste 1 da CNBB, Dom Nelson Francelino, e contou com a presença de
padres e seminaristas da Arquidiocese do Rio.
Dom
Roberto Lopes, vigário episcopal para a Vida Consagrada e delegado para a Causa
dos Santos, também esteve presente e apresentou uma relíquia do beato João
Paulo II, com um pouco do seu sangue e, em seu relicário, um pedaço da lápide
do futuro santo. A relíquia é um presente do Vaticano para que acompanhe os
trabalhos relacionados a juventude da Arquidiocese, a começar pela presença na
JDJ 2014.
Uma juventude que vai, sem
medo, para servir
Para
Dom Nelson, a realização do evento só reforça vários aspectos que a juventude
carioca vive como Igreja. Neles se misturam a experiência da JMJ Rio2013, o
chamado ao discipulado missionário, as provocações e os desafios do tema da
Campanha da Fraternidade desse ano, sobre o tráfico humano, e o Ano da Caridade
proposto aos católicos do Rio, tudo isso numa verdadeira cultura do encontro.
“Nas
periferias, sejam elas geográficas ou existenciais, é onde está o grito, o
medo, a ameaça. Eu creio que a juventude toda aqui neste espaço se torna um
belo sinal profético de uma Igreja que vai entrando com muita felicidade e de
modo muito destemido nessa nova era de sair ao encontro de todos”, destacou Dom
Nelson, que foi bispo auxiliar da Arquidiocese antes de assumir a Igreja de
Valença, no último dia 5.
O
responsável pelo Setor Juventude arquidiocesano, padre Jorge Carreira, acredita
que a celebração da Jornada Diocesana da Juventude é uma forma de reviver a
experiência da JMJ Rio2013 na realidade da Igreja do Rio de Janeiro que, mais
que um evento, foi um momento de comunhão e testemunho de fé.
“Para ser feliz, para ser santo, para fazer a
vontade de Deus, temos que ir aonde Jesus está. E Ele está com aquele que é
necessitado, com o pobre, com aquele que sofre perseguição e violência, aquele
que é esquecido pela sociedade. Então, se o Domingo de Ramos é Jesus vindo até
nós, entrando em Jerusalém para nos salvar, os jovens cariocas foram convidados
a irem até Jesus, a encontra-lo no Complexo do Alemão”, afirmou padre Jorge.
Testemunho que impacta
Desde
a concentração na praça, passando pela procissão e a celebração da missa no
Campo do Evereste, olhos curiosos e emocionados seguiam os jovens.
A moradora Maria
Aparecida Rangel Dias, de 56 anos, acompanhava da calcada a movimentação com
sua mãe, Antonieta Rangel Dias, de 86. Da sua casa ouviram a animação do trio
elétrico e saíram para ver o que estava acontecendo. Quando souberam que era
uma procissão da Igreja Católica nem a cadeira de rodas de Antonieta impediu
que pudesse ser testemunha do bonito evento. “É maravilhoso ver jovens
assim, alegres, sem medo de falar em que acreditam. É muito bonito”, repetia
quando foi interrompida por um jovem seminarista. Ele trazia um ramo e um
sorriso para a senhora que retribuiu o gesto com a emoção de um “obrigada”.
Segundo
o padre Julio César Lopes de Sousa, pároco da Paróquia Nossa Senhora de
Guadalupe, é para viver essas experiências que muitos superaram as dificuldades
surgidas na semana para até o Morro do Alemão, algo não próprio dos jovens
participantes, mas também dos moradores da comunidade. “Também toda a
comunidade saiu de suas casas, que não mais se fecha a violência e ao
medo. Acho que nós, como peregrinos aqui nesse mundo, estamos sempre
caminhando e levando Jesus Cristo. Muitas pessoas saíram de sua ‘terra e
foram até o Complexo do Alemão. E o Complexo do Alemão também sai um pouco de
si para acolher a todas essas pessoas˜, testemunhou.
Fonte: www.arqrio.org
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