Brasília, 1º novembro de 2013.
CJ – C – Nº 081/13
CJ – C – Nº 081/13
Caros párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no
Brasil
“Os jovens são um motor potente para a Igreja e para a sociedade.”
(Francisco, julho 2013)
A vida
nos ensina que uma meta não se atinge se não vier acompanhada de uma adequada
organização que congregue esforços em sua direção. Como Igreja, que assume a
responsabilidade de ser semente do Reino, acreditamos na necessidade e força de
um bom Plano Pastoral.
Neste tempo favorável à juventude, à
luz do convite do Papa Francisco para construirmos a cultura do encontro e da
acolhida, é imprescindível a existência de um processo que nos ajude na
evangelização da juventude. Toda Paróquia, para seu crescimento e dinamismo
pastoral, merece algo elaborado e escrito que sustente suas grandes e
importantes opções. Caso contrário, conseguiremos muito pouco, perderemos
preciosas oportunidades, alimentaremos apatias e omissões.
Provavelmente,
há Paróquias que já possuem um Plano que as oriente, mas outras não têm este
hábito tão salutar, capaz de garantir serenidade e clareza no caminhar. Sugiro
a estas que, como gesto significativo deste “Ano da Juventude”, se empenhem na
elaboração de um pequeno “Plano Paroquial da Evangelização da Juventude”. Não
precisa ser complexo nem muito técnico ou milimetricamente organizado, mas uma
redação que, sendo fruto de um planejamento participativo, contemple a
realidade, sustente os sonhos, aponte caminhos concretos.
Há vários
modelos de Plano; é importante escolher um que seja factível, tenha poder de
envolvimento das novas gerações e incremente o protagonismo juvenil.
Apresento-lhes, a seguir, alguns esclarecimentos e, depois, sugestões para a
sua realização.
A
EVANGELIZAÇÃO da juventude é nosso grande objetivo. Em vista disto, assumimos
um PLANEJAMENTO que significa todo o processo estabelecido para se organizar as
decisões; contempla vários momentos e não acontece numa única reunião. Já o
PLANO é o registro por escrito das motivações e decisões realizadas durante o
processo. Os PROJETOS são as ações detalhadas que garantem o alcance dos
objetivos de um Plano. E o CRONOGRAMA é a lista de ações a serem realizadas,
com suas datas, responsáveis e destinatários.
Para o
processo ser bem construído, é imprescindível envolver representantes de
TODAS as expressões juvenis que atuam na Paróquia: pastorais da juventude,
movimentos, novas comunidades, congregações religiosas, catequese de crisma,
pastoral da educação, pastoral familiar, pastoral vocacional, etc. Cada uma
delas traz a singularidade de sua visão, experiência, anseios.
O Plano
finalizado contempla uma série de partes, importantes para o registro do
caminho realizado e a clareza do que se deseja atingir. Sua redação poderia
constar, por exemplo, de: Apresentação, Introdução, Realidade Juvenil,
Princípios da Evangelização, Objetivos, Projetos, Cronograma, Anexos.
A Apresentação e
a Introdução são elaboradas no final de todo o processo. A primeira é
confeccionada pelo pároco e menciona o valor do Plano; manifesta alegria pelo
caminho feito e agradece os envolvidos na sua construção. A segunda registra
uma síntese do processo realizado e de cada um dos capítulos ou partes.
A
constatação da Realidade Juvenil Paroquial é essencial. Isto se
consegue por diversos caminhos: discussões, palestras, vídeos, testemunhos,
pesquisas, relatos dos próprios jovens. No final é importante destacar aquilo
que mais interessa à evangelização da juventude diante dos novos rostos juvenis
e areópagos desafiadores. Um olhar especial deve ser dirigido aos jovens mais
afastados, pobres, desprezados, violentados, presentes na realidade paroquial e
vizinhança.
Diante
desta realidade juvenil, o grupo, então, recorda e registra os Princípios
básicos da Evangelização da Juventude. É o momento de se deixar iluminar por
Deus que nos fala por meio de sua Palavra, dos Documentos eclesiais, dos
últimos acontecimentos e subsídios, como: Campanha da Fraternidade 2013,
discursos do Papa na Jornada Mundial da Juventude. É fundamental retomar e
acolher os principais pontos do Documento 85 da CNBB: Evangelização da
Juventude: Desafios e Perspectivas Pastorais.
Em
seguida, redigem-se os Objetivos da ação evangelizadora da Paróquia
em vista da juventude. Eles podem ser divididos em Geral e Específicos, e
necessitam ser claros e concretos em sua redação. Para que estes Objetivos
estejam em perfeita harmonia com a caminhada diocesana e paroquial faz-se
necessário ler, estudar e considerar os principais objetivos destas instâncias.
Somente
após todo este processo, redigem-se os Projetos; eles são fundamentais
para que os sonhos sejam realizados. Não precisam ser muitos, mas espera-se que
sejam envolventes, fáceis de serem compreendidos e concretizados. Os Projetos
são atividades com significado; carregam em si a força de um processo e,
portanto, não são meras atividades ou eventos. Como o Documento 85 da CNBB é a
base atual de todo trabalho juvenil no Brasil, solicita-se que ele seja a fonte
principal para a elaboração dos Projetos. Após a leitura das 8 Linhas de Ação a
Paróquia poderia escolher o que é mais urgente de cada Linha e incrementá-lo.
Numa mesma redação, para cada um dos Projetos, é preciso constar o título, as
atividades correspondentes, os destinatários prioritários, local e data,
pessoas e parceiros envolvidos, o coordenador, orçamento e material
necessários.
Uma das
últimas partes a serem montadas é o Cronograma. Ao descrever as atividades
de cada mês, é importante ter clareza, principalmente, da data, do horário, do
local, do responsável. Podem ser registradas aí, também, as principais datas da
pastoral geral paroquial.
Alguns
outros detalhes organizativos seriam, por exemplo: permear este tempo de
construção com orações, pensar num dia especial para o lançamento do Plano,
elaborar estratégias para que ele seja cada vez mais conhecido, estudado,
aplicado por toda a Paróquia.
Parabéns
para aquelas Paróquias que já possuem o hábito de organizar a ação
evangelizadora entre os jovens! E coragem para aquelas que ainda não realizam
este processo!
Termino esta carta com quatro últimas solicitações:
Termino esta carta com quatro últimas solicitações:
● Realizem
promoções e coletas para contribuir com a Arquidiocese do Rio de Janeiro para
que ela possa quitar os investimentos feitos em prol da JMJ (cf.
www.doarjmj.com.br);
● Rezem
para que o Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil no Brasil, que
acontecerá em dezembro, traga bons frutos para toda a nossa Igreja (cf. www.jovensconectados.org.br);
● Participem
e propaguem o Curso sobre Técnicas de Acompanhamento de Adolescentes e
Jovens, em modalidade EAD (cf. www.rs21.com.br/cnbb).
● Aproveitem
este tempo de Advento e Natal para favorecer o protagonismo juvenil por meio do
envolvimento dos jovens em suas ações litúrgicas, pastorais e sociais.
Neste Ano
da Juventude, rico em ocasiões a favor dos jovens, somos convocados pela Igreja
a potencializarmos a evangelização no meio deles. Não percamos esta singular
ocasião que tem nos mostrado a beleza, a força e os sonhos de uma juventude que
quer fazer a diferença em contexto de “mudança de época”. É preciso saber
valorizar e organizar estes seus dons, afinal de contas, “Os jovens são um
motor potente para a Igreja e para a sociedade” (Francisco, JMJ 2013).
Louvo a
Deus por tantas coisas bonitas que estão acontecendo a favor dos jovens, e peço
a Ele que renove o ardor pastoral daqueles e daquelas que têm apostado na
juventude local e se empenhado na construção de um mundo melhor por meio dela.
Deus os
abençoe.
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
da CNBB
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