Uma juventude que reza, participa e cultiva o desejo de evangelizar.
Assim são os jovens católicos que estudam no Colégio Estadual José Leite Lopes,
conhecido como Nave (Núcleo avançado em Educação), na Tijuca. Quatro meses
antes da Jornada Mundial da Juventude Rio2013, eles passaram a se reunir
semanalmente, às quintas-feiras, para um momento de oração e partilha no
auditório da escola. O grupo, constituído em média por 25 participantes, é
formado por jovens de diferentes idades, bairros e turmas, variando entre os
três anos do ensino médio. É, segundo eles mesmos gostam de definir, uma
oportunidade de o jovem protagonizar uma missão própria no anúncio do Evangelho.
Os jovens Alan Gripp e Tâmara Carvalho, que estão cursando o 3º ano do ensino
médio, são os fundadores do grupo. Em entrevista ao Jornal “Testemunho de
Fé”, contam as experiências, os desafios e os planos de evangelização do grupo.
Testemunho de Fé (TF) – Como surgiu a ideia de formar um grupo de oração
com os estudantes?
Alan Gripp – Diariamente,
nos deparamos com uma juventude plural, formada por várias ideologias e
conceitos distorcidos de Deus e da Igreja. Precisávamos levar nossa experiência
de amor a Deus a todos os outros jovens. Sabíamos que seria difícil, mas
sentimos um grande apelo e chamado de Deus. O grupo é fruto de uma experiência
de amor com o Ressuscitado que passou pela Cruz. O desejo de formar um grupo de
oração na escola sempre existiu em nossos corações. Não só devido a nossa
vontade de evangelizar nos ambientes em que estamos, mas principalmente pela
necessidade extrema de levar Deus aqueles jovens que nunca tiveram a
oportunidade de conhecê-Lo ou que ignoram sua existência.
TF – Foi difícil conseguir o espaço para
realizar os encontros?
Tâmara Carvalho – Procuramos fazer tudo de maneira correta, com autorização da
direção do colégio. A princípio, foi liberada uma sala no 4°andar. Mas com o
passar dos meses mudamos para o auditório, por ser mais perto da área de
convivência dos alunos no intervalo. Priorizamos fazer a divulgação entre os
amigos, mas também colamos cartazes nas áreas de avisos para os alunos saberem
que há um grupo de oração católico na escola.
TF – Como foi a participação destes jovens durante a JMJ?
Alan Gripp – O
grupo é muito plural. Alguns são bem engajados em suas paróquias e tiveram
grandes experiências na JMJ como voluntários. Eles também participaram de
eventos dos atos centrais. Outros ainda não participam de nenhuma atividade
pastoral em sua paróquia e têm apenas o grupo como participação na Igreja.
Também temos pessoas que não são católicas, mas participam conosco. O que ficou
mais forte da JMJ para eles foram as palavras do Papa: “Jovens, sejam
protagonistas”. Eles levaram bem a sério essa frase. Partiu deles o desejo de
levarem mais jovens ao grupo.
TF – Como é a dinâmica dos encontros?
TF – Como é a dinâmica dos encontros?
Tâmara Carvalho – Não temos muito tempo para os encontros. São apenas 20 minutos,
porque é o horário do intervalo. Precisamos de um horário comum para que todos
possam participar. Às vezes acabamos passando um pouquinho do tempo. Sempre
começamos os encontros com uma música de fraternidade bem alegre para animar e
receber os jovens, pois sempre aparece um e outro novo. Fazemos depois um
momento de louvor e oração. E, na maioria das vezes, encerramos com intercessão
uns pelos outros. Utilizamos um grupo no Facebook para colocarmos as músicas
para todos aprenderem para o próximo encontro, divulgamos alguns eventos e
postamos formações. Procuramos estar bem próximos deles, conversar durante a
semana e ajudá-los quando preciso.
TF – Para vocês, qual a importância de ter um grupo de oração numa escola da rede pública?
TF – Para vocês, qual a importância de ter um grupo de oração numa escola da rede pública?
Alan Gripp – Com
a ditadura do relativismo que vivemos hoje é necessário haver jovens com
princípios cristãos nas escolas. Se for verdade a frase que diz “o futuro
depende dos jovens de hoje”, que futuro terá o mundo se os jovens não receberem
uma boa formação, se não forem apresentados a eles os valores cristãos? Se faz
necessária a evangelização em todos os lugares. E que lugar melhor para evangelizar
jovens do que uma escola?! A escola é um campo de missão. O grupo de oração é
mais do que um encontro, é um espaço para estar com Deus, para fazer amigos, é
a chance de testemunhar com a vida a nossa fé.
Muitos dos
jovens chegam preocupados, angustiados, nervosos com os trabalhos escolares,
com o vestibular, com problemas pessoais, e no grupo têm a oportunidade de
colocar tudo nas mãos de Deus e exercitar a confiança e a fé. Ao final do
encontro eles se sentem com o coração pacificado. É o que faz muitos voltarem
ao grupo: a busca pela paz que vem de Deus.
TF – Quais são os projetos futuros do grupo?
Tâmara Carvalho – Neste mês de novembro teremos a “Terça-feira plus”, na qual
reservaremos mais 20 minutos para uma oficina de Lectio Divina. Teremos também
o “Conversa Aberta”, que será um minievento para os jovens da escola com o tema
“Ser Jovem”, no qual pretendemos que os alunos se encontrem e descubram o amor
de Deus por eles ainda na juventude.
Fonte: Jornal Testemunho de Fé
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