No final da manhã da última sexta-feira, o
Papa Francisco recebeu, na Sala Clementina, no Vaticano, 45 membros da
Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), na conclusão da sua Assembleia
plenária, que teve como tema: “Emergência educativa e transmissão da fé à
juventude latino-americana”.
No discurso que pronunciou aos membros da
CAL, o Santo Padre disse que, seguindo as pegadas da Jornada Mundial da
Juventude no Rio de Janeiro, quiseram refletir sobre os milhões de jovens da
América Latina e Caribe, que vivem em condições de “emergência educacional” e
que suscita a questão fundamental da tradição da fé.
A Igreja quer imitar Jesus que se aproxima
dos jovens; quer repetir-lhes que vale a pena seguir o exemplo que ele nos deu:
exemplo de dedicação, de serviço, de amor desinteressado e luta pela justiça e
pela verdade. E o Papa acrescentou: “A Santa Mãe Igreja está ciente de que o
melhor Mestre dos jovens é Jesus Cristo. Ela quer incutir, em todos eles, os
mesmos sentimentos, mostrando-lhes quanto é belo viver como ele, banindo o
egoísmo e deixando-se atrair pela beleza da bondade. Quem conhece Jesus
profundamente não fica sentado no sofá. Pelo contrário, se adapta ao seu estilo
de vida e se torna um discípulo missionário do seu Evangelho, dando testemunho
entusiasmado da sua fé, sem poupar sacrifícios”.
O Pontífice disse que o encontro de Jesus com
o Jovem Rico do Evangelho sempre o impressionou, por seu um lindo exemplo da
pedagogia viva do Senhor. Assim, se deteve em três aspectos desta narração:
Cristo acolhe, escuta e convida o jovem a segui-lo. Falando da acolhida do
jovem, o Papa explicou: “Este é o primeiro gesto de Jesus e nosso também, que
vem antes qualquer ensinamento ou missão apostólica. Cristo parou para
conversar com aquele jovem, o olhou com carinho e muito amor. Eis o abraço da
caridade incondicional. O Senhor se coloca no lugar de cada um, até daqueles
que o rejeitam. Ele não paga com a mesma moeda”.
Isto significa, frisa o Pontífice, estar ao
lado da juventude em todos os momentos da sua vida: na escola, na família, no
trabalho… ficar atento às suas necessidades e aspirações, não só materiais.
Muitos passam por sérios problemas: o fracasso escolar, o desemprego, a
solidão, a tristeza pela desunião familiar. E ponderou: “Estes são momentos
difíceis, que os fazem sentir frustração e vulnerabilidade, os torna
vulneráveis às drogas, ao sexo sem amor, à violência… Isso exige o nosso
esforço para não abandonarmos os jovens, não deixá-los à beira da estrada; eles
precisam se sentir valorizados na sua dignidade, circundados de carinho, compreendidos”.
Depois, o Santo Padre explicou o segundo
aspecto da narração evangélica do Jovem Rico: a escuta. Jesus manteve um
diálogo franco e cordial com aquele jovem; ouviu as suas preocupações e as
esclareceu à luz das Escrituras. No início, Jesus não o condenou, não teve
preconceitos, não caiu nos clichês de sempre.
Por outro lado, afirmou o Bispo de Roma, os
jovens devem sentir-se na Igreja como se sentem em casa; devemos abrir-lhes as
suas portas; temos que ir procurá-los, dando importância às suas reivindicações
e espaço para serem ouvidos.
A Igreja é uma mãe e não pode ficar
indiferente, mas deve descobrir suas preocupações e apresentá-las ao Coração de
Deus. Dito isto, o Pontífice falou do terceiro aspecto do encontro de Jesus com
o Jovem Rico: o convida a segui-lo: “Estas palavras não perderam a sua
atualidade. Os jovens têm que ouvi-las de nós. Devem saber que Cristo não é um
personagem de novela, mas uma pessoa viva, que quer compartilhar seu desejo
irrenunciável que têm de vida, de compromisso, de dedicação. Temos que
oferecer-lhes o melho0r que temos: Jesus Cristo e o seu Evangelho”.
Os jovens vêem os males do mundo e não ficam
quietos, mas os denunciam, a fim de tornar um mundo melhor. Eles querem ser
protagonistas do seu presente e construtores de um futuro, onde não haja
mentiras, corrupção, falta de solidariedade.
A Igreja na América Latina, afirmou depois o Santo Padre, não pode desperdiçar o tesouro de sua juventude, com todas as suas potencialidades de crescimento, com o seu grande desejo de forjar uma grande família de irmãos reconciliados no amor.
A Igreja na América Latina, afirmou depois o Santo Padre, não pode desperdiçar o tesouro de sua juventude, com todas as suas potencialidades de crescimento, com o seu grande desejo de forjar uma grande família de irmãos reconciliados no amor.
Desta forma, Jesus estende a mão aos nossos
jovens, os chama e lhes dá a sua força, a sua palavra e inspiração para
enfrentar seus desafios. Eles precisam ser amigos de Cristo, para sair pelas
ruas, como testemunhas da fé, levando-o a todas as partes do mundo. Eles devem
sentir o calor da Santa Mãe Igreja. E o Papa concluiu com a seguinte
exortação: “Convido-lhes a assumir este desafio com determinação. Que as
comunidades cristãs da América Latina e do Caribe saibam ser acompanhantes,
mestras e mães de todos e de cada um de seus jovens. Eduquem os jovens, os
evangelize e os converta em discípulos missionários. Esta é uma tarefa árdua,
paciente, mas muito urgente e necessária. Porém, tenho a certeza de que vale a
pena”.
Fonte: www.jovensconectados.org.br
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