segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Papa Francisco encontra jovens salvas da prostituição

“Eu vos peço perdão por todos aqueles homens que vos fizeram sofrer”. No âmbito das “Sextas-feiras da Misericórdia”, o Papa Francisco visitou na tarde de sexta-feira, 12 de agosto, a estrutura romana da “Comunidade Papa João XXIII”, fundada pelo Padre Oreste Benzi, e que acolhe 20 mulheres libertadas da escravidão da prostituição.
Seis delas são provenientes da Romênia, 4 da Albânia, 7 da Nigéria e as outras três da Tunísia, Itália e Ucrânia. A idade média das hóspedes da estrutura é de 30 anos. Todas sofreram graves violências físicas e vivem sob proteção.
Além das vinte mulheres, o Santo Padre também foi acolhido pelo responsável geral da Comunidade, Giovanni Paolo Ramonda, pelo assistente espiritual, Padre Aldo,  além de dois agentes que atuam nas ruas e a responsável pelo apartamento, localizado no centro de Roma.

Confiança
O Papa permaneceu mais de uma hora no local, rezando junto com a pequena comunidade e ouvindo as tristes experiências vividas pelas jovens, encorajando-as a olhar em frente com confiança. “Se alguém te disser que Cristo não ressuscitou, tu podes dizer a ele que Cristo ressuscitou, porque tu és testemunha disto”, disse Francisco a uma jovem vinda da Romênia para trabalhar como baby-sitter e que viu-se obrigada a prostituir-se nas ruas de Roma.

Perdão
Nos encontros, o Papa Francisco quis quase que desculpar-se pessoalmente com as jovens pelos erros a que foram submetidas: “Peço perdão por todos aqueles católicos e fieis que vos exploraram, abusaram e violentaram”. Este encontro – explicou – servirá para repreender quem merece. “Vivam com esperança e alegria o futuro que vos espera”, exortou ao final.
Eis o que o assistente espiritual da Comunidade, Padre Aldo Bonaiuto, disse em entrevista à Rádio Vaticano sobre a visita improvisada do Papa:

 “Foi uma grande surpresa, sobretudo para as jovens que sofreram tanto por causa da prostituição escravizada. O Papa veio exclusivamente para visitá-las, encontrá-las e ouvir as suas histórias de vida. Elas passaram por momentos de sofrimento, pranto mas também de consolação, como este concedido pelo abraço do Santo Padre. O Papa lhes disse palavras muito belas, mas também muito fortes. Ele pediu perdão, em nome dos cristãos, pelas violências e por todo o mal que receberam. Suas palavras foram comoventes! Após ter ouvido as suas longas experiências de vida e visto as cicatrizes que traziam no corpo, ele as abraçou com carinho. As mulheres que se prostituem pelas ruas são mais de cem mil. O Papa sempre condenou o tráfico e o abuso de seres humanos”.

Tráfico humano, crime contra a humanidade
A visita de hoje do Papa Francisco é um ulterior chamado às consciências para combater o tráfico de seres humanos, tragédia definida pelo Santo Padre como “um crime contra a humanidade” e “uma chaga no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo”.
O gesto do Pontífice soma-se a outras visitas realizadas no âmbito das “Sextas-feiras da Misericórdia” durante o Jubileu.

Visitas anteriores
De fato, em janeiro Francisco visitou uma casa de repouso de idosos e uma para doentes em estado vegetativo em Tor Spacatta; em fevereiro, uma comunidade para toxicômanos em Castel Gandolfo; em março, na Quinta-feira Santa, o Centro de Acolhida para Refugiados (CARA), de Castelnuovo di Porto; em abril, a visita aos refugiados e migrantes na Ilha grega de Lesbos; em maio a comunidade do “Chicco”, em Ciampino, que acolhe pessoas com graves distúrbios mentais; em junho, duas comunidades romanas para sacerdotes idosos e sofredores.
Na sexta-feira, 29 de julho, durante a viagem à Polônia, o Papa fez a sua “Sexta-feira de Misericórdia” com a oração silenciosa em Auschwitz-Birkenau, a visita às crianças doentes no Hospital Pediátrico de Cracóvia e a Via Sacra com os jovens da JMJ, na presença dos jovens iraquianos, sírios e provenientes de outras zonas de guerra e conflitos.

Fonte: http://www.news.va/pt/news/francisco-visita-comunidade-que-acolhe-vitimas-da

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