Uma breve reflexão para
ajudar a viver o finalzinho do ano litúrgico
A última semana do Tempo Comum tem um caráter
austero. A Solenidade de Cristo Rei nos recorda que o Cristo há de vir em sua
glória, para julgar "os vivos e os mortos", como professamos cada
domingo no Credo, e "o seu Reino não terá fim".
Para nos lembrarmos desse dia que será de
Glória, mas também de juízo, na última semana do Tempo Comum, cantamos na
Liturgia das Horas o Hino "Dies Irae" - Dia de Ira - tradicionalmente
atribuído a Tomás de Celano, mestre literário franciscano que viveu no século
XIII (embora essa autoria seja ainda posta em dúvida por alguns estudiosos).
O hino é inspirado em Sf 1,14-18, que anuncia
o grande "Dia do Senhor (YHWH)". No v. 15 o profeta diz que
"aquele dia", o "Dia do Senhor" será um "dia de
ira" (Yôm ’ebrâ - diz o texto hebraico).
No início do post eu dizia que esta é uma
semana austera, porque esse hino nos recordará todos os dias o juízo que está
por vir e como nós, no presente, devemos nos preparar, não movidos pelo medo,
mas pelo amor e pelo sincero desejo de sermos encontrados à caminho, esperando
o Senhor. Não digo prontos, mas à caminho, porque o completamento da obra será
feito pelo próprio Senhor. Ser encontrado à caminho significa viver com
vigilância sobre si mesmo, no desejo de agradar a Deus e de buscar a sua
vontade.
Que seja nosso clamor a última estrofe do
hino, que cantaremos até sexta nas Vésperas. Ela nos faz recordar que para
estar a caminho podemos contar com a ajuda divina e com a sua infinita
misericórdia:
"Vós,
ó Deus de majestade,
vivo
esplendor da Trindade,
entre
os eleitos nos contai".
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