Brasília, 01 de maio de 2013.
CJ – Nº 0211/13
Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros.
“De agora em diante,
juntamente com a Cruz, este Ícone de Maria acompanhará
as Jornadas Mundiais
da Juventude. Será sinal da presença materna de Maria junto aos jovens,
chamados, como o Apóstolo São João, a acolhê-la em sua vida” (João Paulo II,
13/04/2003)
Com estas
palavras acima recordamos o significativo gesto de nosso Papa que, há
exatamente dez anos, presenteou-nos com o Ícone de Nossa Senhora para
percorrer, aos pés da Cruz, os inúmeros corações jovens espalhados pelo mundo.
Não há o Filho sem a Mãe, nem a Mãe sem o Filho! Por onde o Filho passa a Mãe
se faz presente; por onde a Mãe é invocada o Filho é anunciado!
No final
do mês passado, a Cruz e o Ícone foram entregues ao último Estado pelo qual
irão passar nesta reta final em vista da tão esperada JMJ Rio 2013. E isto
aconteceu aos pés de Nossa Senhora, sob suas bênçãos, em seu Santuário de
Aparecida. Com grandes expectativas, ansiedades, alegrias e preocupações, nada
melhor do que o coração da Mãe para nos orientar e acalmar.
Neste
“Ano da Juventude” contemplamos o Mês de Maio em sua riqueza de comemorações,
todas elas instrumentos privilegiados para a evangelização da juventude. Como temos apresentado Maria aos jovens e os
jovens a Maria? Esta aproximação e intimidade encontram seu espaço
privilegiado na vida da Comunidade, com suas inúmeras atividades e celebrações.
Falou de “mãe”, falou de família!
Maio se inicia com a festa de São José (1), o pai adotivo de Jesus, e se
encerra com a festa da Visitação de Nossa Senhora (31). O “Dia das Mães” (12) e
as festas de N. Sra. de Fátima (13) e de N. Sra. Auxiliadora (24) nos remetem
ao amor incondicional a que somos chamados a experimentar, testemunhar e
anunciar. Estas duas memórias marianas nos falam do cuidado com os pequeninos e
indefesos: Maria apareceu aos pastorzinhos em Fátima; a devoção à Auxiliadora
foi propagada por Dom Bosco para que as crianças e os jovens, principalmente os
abandonados, fizessem a experiência primordial de serem amados por uma Mãe que
jamais os deixaria.
Quantos
adolescentes e jovens de nossa sociedade e Igreja sofrem uma carência afetiva,
aguardando o nosso aconchego! A dimensão materna em nossas relações e ações é
primordial para a formação integral destes pequeninos. Não basta amar os
jovens; é preciso que eles percebam que são amados! Um amor feito de presença,
palavras, orações, serviço, testemunho! Um amor educativo e evangelizador nos
meios das novas gerações. Um amor materno que se incomoda com a fome e as dores
físicas e espirituais de seus filhos! Um amor que não mede esforços para
resgatar vidas, defender o valor da família, combater as drogas e a morte,
gritar contra o aborto e toda forma de extermínio! Um amor que não se conforma
com a violência aos jovens em nosso país… inclusive ao redor de nossas
paróquias! Um amor que não aceita a ideologia da redução da maioridade penal
como pretexto para se diminuir a violência numa sociedade ainda injusta que, ao
condenar os menores infratores e não oferecer propostas educativas realmente
restauradoras, não se lembra que eles são, antes de tudo, seus filhos… seus
frutos!
Por isso,
o “mês da Mãe” é também o mês dos filhos! O coração da Mãe é moldado
cuidadosamente segundo os traços do coração de Deus! Quer saber quem é Deus e o
que Ele faz? O que sente, o que pensa, o que espera? Observe, então, uma mãe e
se deixe inundar pela sua vida de fé, de oração, de serviço, de silêncio, de
fidelidade, de presença, de luta, de perseverança, de resiliência!
A Igreja,
como Mãe, nos ajuda a viver esta imprescindível maternidade em tempos de
grandes mudanças. Neste mês, Ela mostra aos nossos jovens o quanto os ama por
meio, também, das importantes festas litúrgicas: Ascensão (12), Pentecostes
(19), Santíssima Trindade (26), Corpus Christi (30). Além disso, ao recordarmos
a vocação dos Apóstolos Filipe (3), Tiago Menor (3), Matias (14) e alguns
santos de nossa história – São Domingos Sávio (6), Santa Rita de Cássia (22),
São Filipe Neri (26) – nos questionamos sobre a nossa vocação e a nossa
proposta de vida aos adolescentes e jovens.
Queridos
irmãos párocos e demais amantes da causa juvenil: deixem sempre o Espírito Santo
massagear seus corações para que, a exemplo de Maria e sob sua proteção, sua
vida seja sempre um testemunho alegre de entrega a Deus e de serviço aos
irmãos. Vocês não imaginam o impacto e a força das pequenas coisas e gestos que
realizam cotidianamente na vida dos jovens que os rodeiam!
Cantemos,
juntos e com Maria: “A minha alma
engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”! Sob
sua proteção e intercessão, vivamos intensamente e com produtividade estes
momentos preciosos que a nossa Igreja está proporcionando à pastoral juvenil em
nosso país.
Mesmo
distantes, abracemo-nos como irmãos, sob os olhares e ao redor Daquela, cuja
comemoração neste mês muito nos alegra!
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
da CNBB
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