No
conjunto dos sacramentos, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia constituem os
sacramentos de iniciação, nos quais são lançados os fundamentos da vida cristã:
os fiéis nascem no Batismo, são fortalecidos na Confirmação e, depois, são
nutridos na Eucaristia. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC) nº 1285, o
Sacramento da Confirmação realiza uma vinculação mais perfeita do crismando com
a Igreja, enriquecendo-o com uma força especial do Espírito Santo e, assim,
transformando-o em verdadeira testemunha de Cristo, através de suas palavras e
de suas obras. Vejamos agora as características deste sacramento.
O Espírito no Antigo Testamento
Podemos perceber, desde o Antigo
Testamento, certos sinais que nos revelam a graça do Sacramento da Confirmação;
alguns homens foram revestidos do Espírito de Deus para confirmar o caminhar do
povo: os juízes (Jz 6,34;13,24;14,6); os reis (1Sm 16,13) e os profetas (Jr
1,18; Is 9,21;Os 9,7). Além disto, em nome de Deus, os profetas começam a
anunciar três coisas futuras: a vinda do “Ungido do Senhor” (Is 42,1-6;61,1-4);
o dom e a efusão do Espírito sobre o povo de Israel (Is 59,21; Ez 36,27; Jr
31,31-34); e a efusão do Espírito sobre toda raça e nação (Jl 3,1-3).
O Espírito no Novo Testamento
No Novo Testamento, vemos que a
promessa do “Ungido” (em grego, Christós; em hebraico, Messiah) de cumprem em
Jesus. Ele é concebido (Lc 1,25) e é guiado em seu ministério pelo Espírito (Lc
4,14). Além disto, Jesus promete aos seus discípulos o dom do Espírito (Lc
24,49; Jo 14,16-17; 15,26-27; 16,8-11). No Dia de Pentecostes (At 2) se cumprem
as duas promessas do AT e a promessa de Jesus: o Espírito Santo vem sobre os
discípulos (a Igreja) para que ela testemunhe o Senhor no mundo.
A Confirmação na Sagrada Escritura
Aqueles, então, que ouvindo o
testemunho da pregação apostólica deixavam-se batizar, recebiam, também, pela
imposição das mãos, o dom do Espírito Santo que leva a graça batismal à sua
consumação (At 8,15-17; 19,5-6). Já, desde cedo, a este rito da imposição das mãos
foi acrescido o da unção com o óleo. Isto para revelar mais precisamente que o
cristão é um ungido com o Espírito divino (At 10,38). Assim, o rito vai
entrando na vivência eclesial (Tradição). O Papa Paulo VI afirma esta conexão
entre a vivência das primeiras comunidades e a nossa no seguinte pronunciamento:
“Com efeito, esta imposição das mãos foi acertadamente considerada pela tradição
católica como a primitiva origem do Sacramento da Confirmação, o qual perpetua,
de certo modo, na Igreja, a graça de Pentecostes”.
Os Nomes do Sacramento
Ao longo do tempo, o sacramento
adquiriu dois nomes para tentar significar sua eficácia na vida dos fiéis. O
nome ‘Crisma’ está ligado ao rito da unção com o óleo, pois em grego Chrisma significa ‘ungir’. O óleo, de
oliveira e perfumado, é consagrado pelo bispo na manhã da Quinta-Feira Santa na
catedral diante de todo presibitério.
O nome ‘Confirmação’, surgido no
quinto século, está ligado ao aspecto da consolidação da graça batismal, ou
seja, a íntima união que existe entre os dois sacramentos. Além destes dois
nomes principais, podemos ver ainda outros como: sacramento da perfeição; do
fortalecimento; da plenitude do Espírito; do complemento; da consumação.
Os ritos da Confirmação
Duas ações de revestem de importância
na celebração do sacramento: a imposição das mãos e a unção com o óleo. A
imposição das mãos é aquele mesmo gesto bíblico pedindo sobre o confirmando a
efusão do Espírito Santo. A unção com o óleo na fronte, enquanto se diz: “Fulano,
recebe por este sinal o Espírito Santo, dom de Deus”, confere a marca indelével
deste sacramento. Após a unção, o confirmado dá e recebe o ósculo da paz,
revelando a comunhão entre ele e o seu bispo (a sua Igreja). Deve-se, ainda,
dizer que o ministro ordinário do Sacramento da Confirmação é o bispo.
O efeito da Confirmação
O efeito principal do sacramento é “a
efusão especial do Espírito Santo, como foi outrora aos apóstolos no Dia de
Pentecostes”. Assim sendo, uma vez recebida esta efusão, o cristão é marcado –
selado eternamente como testemunha da ressurreição do senhor. A graça da
confirmação faz a graça batismal crescer e se enraizar mais: aumenta a vivência
da filiação divina; conforma ainda mais a vida do cristão a do Cristo; aumenta
os dons do Espírito Santo; vincula mais a pessoa à Igreja; e transforma o fiel
em uma verdadeira testemunha de Cristo diante das realidades do mundo.
Para aprofundar...
Para saber mais sobre o assunto,
conferir os parágrafos do CIC, do número 1.285 até 1.321; o Compêndio do
Catecismo, da pergunta 265 até a 270; o Youcat, da pergunta 203 até a 207.
Pe. Vitor Gino Finelon
Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário