Por Côn. Manuel Manangão
Vigário Episcopal para a Caridade Social
A Igreja presente no Rio de Janeiro
prepara-se para acolher os milhares de jovens que virão do mundo todo para
celebrar a Jornada Mundial da Juventude em 2013. Esta preparação inclui a
elaboração de uma ação que venha a ser um sinal de esperança para tantas
pessoas, entre elas muitos jovens, crianças e adolescentes vítimas das drogas.
Toda a programação da JMJ Rio2013 mantém acesa a preocupação com a juventude. Preocupação que vem de
longe. Pois, já no encerramento do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI
afirmava, com confiança, o amor com que a Igreja olha para a juventude. É neste
sentido que olhando para tantas crianças, adolescentes, jovens e adultos
marcados pela desesperança, o legado social da Jornada da Juventude aponta na
construção de uma rede que permita apresentar esperança onde parece não haver
mais saída.
A fé que nos move se transforma em
esperança na ação da caridade. Assim, em continuidade com o Magistério da
Igreja, já nos indicava a reflexão do Papa Bento XVI, acentuando a profunda
relação entre a realidade da fé e o agir humano. Ou como nos diz hoje o Papa
Francisco: “a fé se professa com as palavras e com amor”. É preciso que “nos
deixemos iluminar pela ressurreição de Cristo, nos deixemos transformar por sua
força para que os sinais de morte no mundo dêem lugar aos sinais de vida”.
O trabalho pastoral, a partir da
dimensão da evangelização , assume, assim, o desafio de estar junto às pessoas
em estado de precariedade plena, que tem como consequência a deteriorização de
muitas famílias e o modo das relações sociais da parcela da população que vive
em situação de risco social.
A Pastoral do Menor em sua ação de
prevenção e de acolhimento tem procurado ser a presença de Cristo para tantos
que, nas ruas ou nas comunidades, enfrentam o estigma da desqualificação e da
desfiliação, que gera um novo sentido de miséria, de pessoas que se distanciam
da sua família e do seu grupo social. A Pastoral, tendo como ponto de partida a
mensagem de Cristo Jesus, quer ajudar na recuperação e estruturação da
autoestima de cada criança, adolescente ou jovem para que possa enfrentar a
realidade que a rodeia, buscando formas de enfrentar suas dificuldades.
O projeto Passaporte da Cidadania,
desenvolvido pela Pastoral do Menor e inaugurado nesta semana, utilizando um
ônibus que percorrerá a cidade do Rio de Janeiro, levando esperança a crianças,
adolescentes e jovens, utilizando a tecnologia da informação, é um primeiro
passo do legado social da JMJ Rio2013.
É preciso entender que é necessário
sempre a articulação entre a Pastoral e a sociedade civil para a eficácia dos
trabalhos da promoção da inserção social. Quando se interligam as diversas
áreas de pastoral cria-se uma ação mais eficaz e comprometida em encontrar
soluções que possam trazer mais vida a tantos que vivem o flagelo da droga e
outras situações de precariedade. Celebrar a ressurreição de Cristo é assumir o
compromisso de encontrar vida nova para estes nossos irmãos.
Quando a Pastoral da População de
Rua na Igreja Catedral, assim como em muitas comunidades católicas, acolhe as
pessoas da população de rua e outros para uma ceia com a presença do arcebispo,
ou quando a Pastoral do Menor através de projetos como o da Unidade Móvel de
Saúde ou como o Passaporte da Cidadania atua junto às áreas onde estão os mais
pobres, seja numa rua da Zona Sul, está sendo dito que é possível reconhecer,
em cada pessoas, a dignidade que foi perdida em tantos processos confusos de
nossa sociedade.
Uma santa Páscoa para todos. Que
Cristo Ressuscitado ilumine e renove a todos nós.
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