Nas
últimas décadas, muitos têm sido os esforços da humanidade em prol do meio
ambiente. Com as recentes notícias de cientistas sobre o rápido derretimento
das geleiras e a intensificação do aquecimento global, em escala alarmante, já
são numerosas as ações de instituições e pessoas pela reversão deste processo e
de tantos outros que afligem a existência de vida no planeta. É aí que a Igreja
também está engajada. Neste cenário, a Jornada Mundial da Juventude Rio2013
promete deixar um legado ambiental para a cidade do Rio, para o país e para o
mundo.
Por isso, dia
3 de junho, foi lançado, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio), o Guia Ecológico da JMJ, que vai fazer parte do kit que os
peregrinos receberão na Jornada. O lançamento do guia fará parte da Semana do
Meio Ambiente da PUC, em comemoração ao Dia Mundial do meio Ambiente, hoje, 5
de junho.
Elaborado
pelo reitor da PUC-Rio, padre Josafá Siqueira, e pelo diretor do Núcleo
Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC (NIMA), Luiz Felipe Guanaes, a pedido
da Arquidiocese do Rio, o guia tem duas versões, uma em Língua Portuguesa e
outra em Língua Inglesa. Ele foi inspirado em diversos documentos da Igreja
sobre o meio ambiente, entre eles o documento “Curar o mundo ferido”, um
relatório especial sobre ecologia produzido pelo Secretariado de Justiça Social
e Ecologia da Companhia de Jesus.
Segundo
padre Josafá, o guia vai despertar os jovens para que usem a fé na preservação
da Criação de Deus. “O objetivo do Guia Ecológico para a JMJ consiste em
enfatizar a importância de ações sustentáveis nos grandes eventos; mostrar que
a questão ecológica está relacionada com a fé; lembrar a responsabilidade
teológica com a criação e a nossa missão de cuidar daquilo que Deus colocou em
nossas mãos; e mostrar a preocupação ética da Igreja com o meio ambiente",
explicou.
De acordo
com Guanaes, o guia começa destacando as belezas naturais da Cidade
Maravilhosa, com seus parques e suas florestas, e os cuidados que os jovens
devem ter com o meio ambiente quando estiverem no Rio, seja enquanto estiverem
em casa ou nos eventos da JMJ. “A gente começa o texto falando da cidade do
Rio, que é um tributo à natureza. O Cristo Redentor é o símbolo que te faz
olhar para cima. E, na hora em que você olha para cima, tem uma coroa de verde
em volta. Este lugar é especial e a relação homem-natureza se expressa de uma
forma muito concreta”, afirmou.
Neste
sentido, o guia sugere uma série de compromissos. A gente sugere uma série de
compromissos, como a preocupação em descartar o lixo na lixeira e em tentar
usar o mínimo possível de transportes com alta produção de CO2, optando por
andar um pouco, alugar uma bicicleta ou pegar o metrô. Além disso, o documento
também destaca o cuidado que o peregrino deve ter dentro do local onde ficar
hospedado, como a atenção para o desperdício de água e luz. “A gente tenta
estimular o jovem nesse processo de aumentar a sensibilização dele. Falamos
também de barulho porque é o respeito ao outro. Ele está na casa do outro e tem
que continuar a respeitar os mesmos princípios”, enfatizou o diretor do NIMA.
Um item à
parte vai destacar os compromissos com o meio ambiente na Vigília e Missa de
Envio, em Guaratiba, onde haverá milhares de pessoas. Por isso, de acordo com
Guanaes será de suma importância a consciência e a pró-atividade dos jovens no
cuidado com o ecossistema local. “Ali é uma situação radical em termos de
quantidade de pessoas. Aí a questão do lixo é mais séria ainda. A área toda é
dividida em uns 12 grandes retângulos. Em cada retângulo desses, haverá toda
uma infraestrutura, e os jovens vão ficar distribuídos por eles. Vai haver
grandes unidades de recebimento de lixo reciclado e molhado. E (o jovem) vai
ter que levar o lixo até ali, senão vai virar um grande caos. Você tem que ter
o espírito extremamente aberto em prol do outro, de uma forma bastante
concreta”, explicou.
O guia
ecológico ainda faz uma reflexão sobre o compromisso com o meio ambiente que o
peregrino deve ter ao voltar para seu país. O peregrino que desejar poderá,
através de uma página no site do NIMA, medir o seu consumo de gás
carbônico (CO2) e saber quantas árvores deverá plantar para compensar o que
consumiu. “A gente pensou que deveria ser criada uma ponte. E a gente sugeriu
que preocupe-se numa nova postura com relação ao meio ambiente, a fazer a
captura do CO2 que você jovem utilizou. A gente sugere que as pessoas façam
isso com plantas locais”, ressaltou Guanaes.
No final
do guia, o peregrino ainda poderá saber as posições dos últimos quatro papas com
relação ao meio ambiente, nos documentos que escreveram.
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