sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Igreja no Brasil vive um kairós da juventude

            Protagonismo juvenil, formação de assessores, maior integração das expressões, falta de recursos humanos e materiais e eventos que marcaram a juventude brasileira nos últimos dois anos. Estes foram alguns dos avanços e desafios apontados pelos jovens que comporam a mesa de debates na tarde do dia 12 de dezembro, segundo dia do Encontro de Revitalização.
            Cada um trouxe, de acordo com a visão de sua expressão, os pontos positivos e as problemáticas enfrentadas pelos jovens e pela Igreja no processo de evangelização da juventude. Contudo, a mesa também deu lugar a quem não participa ativamente da Igreja: a jornalista Suzi Amanda de Souza, de Brasília (DF), foi convidada a responder como ela enxerga a Igreja Católica em sua relação com os jovens.
            Em sua fala, Suzi contou um pouco da sua trajetória e os motivos pelos quais ela se afastou da comunidade paroquial. Muito jovem, ela assumiu responsabilidades, como a catequese e a equipe de liturgia. Contudo, se viu em conflito devido a estas responsabilidades e ao ver que os jovens as recebem, buscam conquistar quem está fora da Igreja, mas eles mesmos podem não ter se deixado conquistar por Cristo.
            “É fácil entrar na Igreja quando adolescente, mas o desafio é mantê-lo”, apontou a jornalista ao ressaltar que os responsáveis por juventude precisam instruir mais as crianças, adolescentes e jovens sobre a importância da religião, além de enfatizar sobre a necessidade de acolhimento e boas homilias nas missa para o público juvenil. 

Igreja vive tempo de kairós
Dentro dos importantes eventos vivenciados pela juventude brasileira, a Igreja busca se inserir e participar ativamente dessas transformações. Essa foi a síntese da primeira palestra, feita pelo bispo de Caruaru (PE), Dom Bernardino Marchió – conhecido como Dom Dino.
Para ele, a Igreja tem consciência da transformação social e espiritual advinda desse tempo e deseja manter esse protagonismo juvenil como fonte de mudança. “Percebemos a necessidade de ter um diálogo mais adequado e próximo da juventude, pois acima de tudo, o jovem tem um coração, uma alma, pensamentos, sonhos e ideais”, destaca.
Neste momento de diálogo e proximidade com os jovens, a Igreja enxerga a realidade denominada pelo papa Francisco, como “periferias existenciais”. Segundo dom Dino, a Igreja Católica sempre se preocupou com aqueles que vivem as mais diversas situações de exclusão e continuará levando a estes mensagem do Evangelho.
Essa mensagem será dada de forma especial aos jovens que vivem nessas periferias. “Um pobre abandonado, ou jovens drogados e em realidades adversas são para nós um chamado; o Kairós é uma realidade que se vive intensamente, um chamado de Deus a não deixar passar essa oportunidade para as pessoas que precisam dessa mensagem nossa”, desafia.
Para que o objetivo seja alcançado, ele propõe que leigos e o clero se atentem a esse momento certo e se revitalizem, levando o Evangelho aos jovens nas mais diversas realidades. “A revitalização é para todos, sobretudo aqueles que têm responsabilidade de guiar as comunidades, paróquias e dioceses”, ressalta.

Regional Leste 1 participa do encontro
            Representantes do Regional Leste 1 da CNBB participaram do Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil. Estiveram presentes jovens e assessores das pastorais juvenis diocesanas e de expressões que trabalham com a evangelização da juventude, como o Movimento dos Focolares, as comunidades Shalom, Santos Anjos, Bom Pastor, Pequeno Rebanho, Maria Serva da Trindade e Servir.
            O bispo referencial para a Juventude no Regional, Dom Nelson Francelino Ferreira, participou dos debates, e viu com esperança a realização do encontro.
            “Fiquei muito contente porque as metas desse encontro de uma certa maneira foram apontadas por nós na assembleia do regional: estudar, aprofundar e discutir as pistas de ação do Documento 85. Aqui em Brasília temos a possibilidade de ampliar esse debate ouvindo as contribuições do Brasil inteiro. Estou muito atento e esperando que desse encontro venham muitas luzes para caminharmos no regional”, disse.

Prioridades
            As prioridades apontadas pelos representantes do regional para a evangelização da juventude no Estado do Rio de Janeiro foram relativas às seguintes linhas de ação: espiritualidade, discípulos para a missão e estruturas de acompanhamento.
            Em espiritualidade, destacou-se a necessidade de familiarizar o jovem com a Palavra de Deus, a partir da leitura orante.
            Com relação à missão, viu-se a necessidade de despertar e assumir uma postura missionária, natureza de todo cristão, que garanta a promoção e a defesa da vida em sua plenitude.
           Quanto à estrutura de acompanhamento, articular e organizar o Setor Juventude conforme o Documento 85.

Fonte: Jornal Testemunho de Fé

Os documentos para download estão nos links abaixo:





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