Na tarde
do último sábado, 6 de julho, as pessoas que se colocaram à disposição para
receber os peregrinos que virão para a JMJ Rio2013 se reuniram na Catedral
Metropolitana para a Festa do Acolhimento, momento de oração e preparação para
a recepção dos jovens que, dentro de poucos dias, estarão chegando à Cidade
Maravilhosa. O encontro antecedeu um dos momentos bastante esperados por esta
arquidiocese: a recepção dos símbolos da Jornada na Igreja-Mãe do Rio de
Janeiro, onde o Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta, presidiu a
missa. A felicidade dos cariocas pela chegada desta festa precisava ser
testemunhada pelas ruas: em procissão, os símbolos seguiram, junto da multidão
que os acolheu, até os Arcos da Lapa, para o show No Coração da Jornada, que,
reunindo diversos músicos católicos, anunciou a toda a Cidade que a JMJ Rio2013
está bem próxima.
Festa do Acolhimento
Diversas
famílias que vão acolher peregrinos participaram do momento de preparação na
Catedral.
Carlos
Augusto Vieira e Sônia Regina Cardoso Lopes Augusto, casados há 22 anos, da
Paróquia Jesus Sacramentado, na Penha Circular, vão receber dois peregrinos de
língua portuguesa ou espanhola e estão bastante ansiosos:
-
Entendemos que faz parte da nossa missão acolher, receber os estrangeiros. Já
que somos católicos praticantes, temos que recebê-los sem medo, como Dom Orani
vem falando. Foi iniciativa nossa mesmo, contou Carlos.
- Vai ser
uma experiência única e nós temos muito afeto, muito carinho para acolhê-los da
melhor maneira possível. O próprio Jesus nos ensinou isso: que quando acolhemos
alguém é a ele mesmo que acolhemos; então, estamos bastante ansiosos, contando
os dias, partilhou Sônia.
Helena
Maria Guaranha e Roberto Guaranha, casados há 7 anos, pais da Júlia Ferreira
Guaranha, de 3 anos, da Paróquia São Francisco Xavier, na Tijuca, vão receber
seis peregrinos de língua inglesa e acreditam que esse passo serve também para
a boa formação cristã da filha:
- A gente
se sente bem em acolher e acha que está ajudando à Igreja. Mas também considera
isso importante para o crescimento da nossa filha, porque queremos que ela
perceba o quanto é importante ajudar sempre o próximo. (...) Acho que a gente
vai ficar mais feliz em acolher essas pessoas do que os que vão ser acolhidos,
certos de que ainda vamos receber mais graças do que já temos recebido,
descreveu Helena.
Durante a
reflexão, conduzida pelo Padre Antonio José, foi possível notar que,
especialmente durante estes dias, a Igreja no Rio de Janeiro vive tempos de
graças para a evangelização. De acordo com o sacerdote, neste período, é
possível que muitos jovens vão até qualquer católico para saber sobre a JMJ e
também para se reaproximarem de Deus, da Igreja e retomarem a fé. Ele destacou
que todo o conteúdo interior de cada católico, as experiências vividas com o
Senhor é que vão levar almas para Deus.
- Diz
para estes jovens que o que eles precisam é apenas acreditar em Deus, ter fé.
(...) Jesus veio não para condenar, mas para salvar: diga isso para o jovem que
vier te procurar, ao longo deste mês. (...) Tempo de JMJ é tempo de festa para
os cristãos, mas é tempo de trabalhar para Deus. Porque Deus vai fazer, por
meio de nós, uma pesca milagrosa. Mas Deus vai usar é a sua mão estendida para
trazer esses jovens de volta. Não deixe esta oportunidade passar! Jornada tem
que ser salvação de Deus para eles, por meio de nós, destacou.
O
sacerdote ainda enfatizou a importância de lembrar aos jovens o quanto são
preciosos para Deus, que não os acusa de nada, mas os acolhe, de braços
abertos. E lembrou que precisa haver uma dinâmica de falar de Deus para os
jovens e de falar dos jovens para Deus:
- Salve jovens para Cristo. Esta
Jornada serve para isso, afirmou.
Símbolos chegam à Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro
O coração
da Igreja no Rio de Janeiro, a Catedral Metropolitana de São Sebastião, acolheu
os símbolos da Jornada com muita alegria e emoção. Para muitos, importava
apenas um toque em um dos itens, que, desde que o Beato João Paulo II os
entregou à juventude, percorrem o mundo reavivando a fé e a esperança.
Sorrisos, olhos emocionados e corações voltados para o céu, em oração, foi o
que se pôde observar em meio a tantos rapazes e moças, que, em clima de
fraternidade, se revezavam ao transportar a cruz e o ícone de Nossa Senhora até
o altar da Igreja-mãe desta arquidiocese. A JMJ Rio2013 já começou, muito
concretamente, para os cariocas!
- Estamos
recebendo, hoje, os símbolos da Jornada, que em agosto de 2011 foram entregues
ao Brasil, chegando a São Paulo em setembro e percorrendo o Brasil todo. E
agora chegam ao destino final, que é o local sede da Jornada. (...) Para todos
nós, este sinal demonstra a beleza da fé cristã, e, ao mesmo tempo, a certeza
do Cristo ressuscitado, que na cruz deu a vida por todos nós. É ainda sinal da
alegria da juventude, que durante esses anos todos, tanto internacional como,
agora, nacionalmente, viu nestes símbolos sua vida, seus, sonhos, suas buscas,
suas alegrias. Pedimos a Deus que seja um bem para a Cidade: paz, fraternidade,
acolhimento. Desejamos que seja um sinal elevado por todos os cantos da
Arquidiocese, para que leve os jovens e as pessoas de coração jovem a
construírem um mundo mais justo, mais humano e fraterno. Que os jovens,
impulsionados por este momento, sejam protagonistas de um mundo novo, desejou o
Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta.
Para o
cura da Catedral Metropolitana, Monsenhor Aroldo Ribeiro, a Jornada está
começando e a Igreja vive um tempo forte de evangelização.
- Eu já
considero a Jornada começando hoje. Já estamos com um grande ritmo e que também
é um tempo forte de evangelização e de renovação da Igreja, não só no Rio de
Janeiro, mas em todo o Brasil, afirmou.
A missa,
presidida pelo Arcebispo e concelebrada pelos bispos auxiliares e diversos
sacerdotes, também lembrou aos presentes a importância do acolhimento.
Durante a
homilia, Dom Orani destacou o valor da consciência de que a sociedade necessita
da contribuição de cada um para a construção do mundo novo. Para ele, as
famílias acolhedoras, na realidade de hoje, são um fortíssimo testemunho de que
há pessoas abertas para o outro e que não têm medo disso, porque vêem no
outro um irmão. De acordo com ele, viver a fraternidade é algo importantíssimo,
nesse contexto de fé: muda a mentalidade, mas também dá a consciência de que se
acolhe a Jesus na presença do outro.
- Somos aqueles que recebem Jesus na
presença dos irmãos que chegam. Nós, que ansiamos por um mundo mais justo,
humano e fraterno, sem rancores, sem maldades. Isso acontece para aqueles que
são verdadeiramente filhos de Deus e se dispõem a viver assim. Deixemos que a
luz de Cristo chegue até nós pela presença daquele que chega, porque eu tenho
certeza de que muitas graças ele nos trará, afirmou.
No Coração da Jornada
"Aha-uhu,
a Jornada é nossa" foi o grito da juventude, emocionada, ao receber os
símbolos da Jornada nos Arcos da Lapa.
A atração
internacional, Martin Valverde, e a diretora musical dos Atos Centrais da JMJ
Rio2013 e cantora, Ziza Fernandes, estavam no palco para abrir o evento. Mas
foi o estrangeiro, que nesta festa expressou representar os muitos peregrinos
que estarão chegando ao Rio, que emocionou a juventude ao cantar “Ninguém te
ama como eu” e pedir aplausos pelo que significa a cruz: o amor imenso de
Jesus pela humanidade. Ele lembrou que o ícone e a cruz representam todos os
jovens do mundo, que, naquele momento e nestes dias de pré-jornada e JMJ, estão
dando o seu sim a Deus.
Sambandorando
e Pe. Omar Raposo deram o tom carioca à festa, louvando a Deus por meio do
samba, ritmo tradicionalmente reconhecido como típico da Cidade Maravilhosa.
A Banda Frutos
de Medjugorge animou a juventude lembrando a todos da importância de que os
peregrinos voltem paras suas terras, após o término da JMJ Rio2013, recordando
não apenas das comidas e danças e locais bonitos vistos por aqui, mas
principalmente de que aqui existe uma juventude santa, que quer ser fonte de bênçãos.
Olívia
Ferreira emocionou com a canção Cuidas de Mim, para lembrar que Deus nunca se
cansa da juventude.Djs também fizeram uma bonita apresentação, levando rapazes
e moças à animação ao embalo de remixes.Missionário Shalom agitou a juventude
com seus ritmos e danças.
Mas, sem
dúvida alguma, o momento marcante de oração da noite foi durante o show de
Martin Valverde, que, durante suas canções, conduziu os jovens à belíssimos
momentos de oração e entrega a Deus:
- Vamos
colocar o coração do céu no Rio de Janeiro. (...) E que esta JMJ seja capaz de
mudar a América Latina, pediu a Deus diante dos símbolos da Jornada.
Em
entrevista coletiva, o músico internacional partilhou um pouco sobre as graças
que acredita que a JMJ Rio2013 vai trazer à juventude:
- Sem
dúvida, os jovens de todas as gerações sempre precisam de uma expressão. Os
jovens que vão estar aqui vão perceber que podem se expressar, que se pode
fazer alguma coisa pelo futuro, porque vão ver que são muitos outros jovens com
os mesmos sonhos e ideais, que não são todos loucos no mundo. E como falava um
poeta argentino, se louco é a mesma coisa que feliz, devemos então ser loucos
também! E que quando voltem às suas casas tenham também uma resposta para dar
aos outros jovens que lá os esperam. E a melhor mostra do que aconteceu no
Brasil tem que ser cada jovem que foi tocado por Deus aqui, não há outra.
Encerrando
a noite, os símbolos da Jornada atravessaram o famoso point boêmio do Rio de
Janeiro, a Lapa, sendo transportados pelos jovens até a Catedral Metropolitana.
O Diretor
do Setor Pré-Jornada, Padre Jefferson Meriguette avaliou de forma bastante
positiva este primeiro dia de peregrinação dos símbolos da Jornada pela Cidade:
- Eu
percebo este primeiro dia com a cara do Rio. Desde a manhã, até este último
evento, nos Arcos da Lapa, traz muito da identidade do carioca e um carioca que
vê Deus em primeiro lugar, que é repleto de alegria, cheio de devoção. Nesta
sociedade tão repleta de pluralidades, há muita gente que dá a Deus o seu
devido lugar e por isso a gente pode ver que a cidade já toma nova cor, novo
brilho com a JMJ. Isso fica, a cada dia, mais evidente: a alegria, o
comprometimento com o outro, o carinho de cuidar do outro... Isso tudo é muito
bonito de ver e mostra o carioca aberto à realidade da Jornada, afirmou.
Fonte: arqrio.org
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