O
palpitar do coração dos jovens envolvidos na dinâmica da JMJ se pode sentir por
todos os cantos do país. Aos pés do Redentor, eles depositarão os inúmeros
frutos já colhidos nestes anos de preparação e expectativas. E ali, envolvidos
pelo abraço do Cristo e entusiasmados com a convivência junto aos peregrinos do
mundo inteiro, os jovens recolherão as graças especiais de Deus e as bonitas
experiências de Igrejas para oferecê-las as suas comunidades de origem.
O
clima de festa e de fortalecimento da fé e dos grandes ideais que a Jornada
garante aos que dela participam vem para endossar a voz da juventude
brasileira, que nestes dias tem saído às ruas para recuperar a utopia de novos
tempos para o Brasil. A JMJ se torna uma forte aliada dos saudáveis manifestos
em prol da vida e dos valores universais.
A
luta pela justiça, pela paz, pela verdade, pela solidariedade, pela dignidade,
pelos direitos fundamentais do ser humano ganha força com estes jovens
peregrinos que acompanharão, pessoal ou virtualmente, a Jornada. É bênção de
Deus para a vida de nosso povo!
A
Igreja, defensora do ser humano, por mandato de Jesus Cristo, carrega a missão
de defender continuamente as grandes causas que garantem vida em abundância
para todos. Ela reconhece os direitos dos jovens e o seu poder de
transformação.
O
texto-base da Campanha da Fraternidade deste “Ano da Juventude” nos incentiva a
este olhar positivo: “ A juventude é o tempo propício à formação para a
cidadania, porque os jovens tomam ciência de seus direitos e responsabilidades.
Esse é um dos compromissos da ação evangelizadora da Igreja no Brasil. Nessa
formação inclui-se, de modo particular, o incentivo e a ajuda aos nossos
jovens, a fim de que participem efetivamente e a partir da ética cristã dos
espaços que lhes são oferecidos. (...)
A
Campanha da Fraternidade de 2013 conclama nosso jovens e, com eles, toda a
Igreja, a contagiar com a alegria e a criatividade juvenis as estruturas
sociais e eclesiais, a fim de que estejam dispostas a cuidar melhor do jovem
sofrido, abrindo-lhes os braços da caridade e as portas da inclusão” (CF 2013,
n. 230-234). É urgente valorizar e dar ouvidos a esta juventude conectada, que
se destaca no cenário social e eclesial, mostrando a sua capacidade de
mobilização para fazer valer seus anseios:
Além
dos benefícios que cada jovem cidadão recebe em sua formação humano-cristã, a
Jornada favorece a sociedade de diversos modos, inclusive com um significativo
legado social e econômico. O país que acolhe uma Jornada Mundial da Juventude
só tem a ganhar. Vejam, por exemplo, toda a movimentação nas dioceses por
ocasião da peregrinação dos símbolos da JMJ! Ao atingir mais de dois milhões de
jovens, este acontecimento proporcionou-lhes crescimento da sensibilidade, do
senso crítico e coletivo, dos gestos de caridade e do sentido de
corresponsabilidade cidadã diante das realidades de maior sofrimento humano.
A
criatividade e o protagonismo da juventude conduziram-na missionariamente às
várias casas de detenção, aos lixões, aos ambientes de prostituição, às
creches, aos hospitais, aos moradores de rua, aos drogados, às comunidades de
recuperação dos dependentes químicos, às comunidades indígenas, etc.
O
impacto econômico também é positivo em tempo de Jornada. Pesquisas e relatórios
referentes à JMJ de Madri em 2011 revelam-nos que a Espanha foi beneficiada com
mais de 350 milhões de euros e com a geração de 5 mil postos de trabalho.
Segundo
a Organização Mundial de Turismo (OMT), os turistas jovens gastam mais e
registram uma maior probabilidade de retornarem ao país visitado do que os
adultos. Isto tudo nos dá segurança em afirmar que a Jornada só traz
benefícios, tanto para a pessoa que dela participa quanto para a Igreja e a
sociedade que a acolhem.
Ela
é uma providencial ocasião para que mais jovens, inclusive de outros países,
celebrando juntos os mesmos ideais, fortaleçam sua vocação cristã e reconheçam
sua essencial responsabilidade na
construção do Reino de Deus.
A
JMJ Rio2013, antes mesmo de acontecer, já divulga alguns de seu inúmeros contributos
à população brasileira. Principalmente aos cariocas. O site oficial www.rio2013.com tem nos alegrado com
informações a este respeito: parceria com a ONG internacional WWF (Word Wide
Fundo f Nature) para fomentar a educação ecológica dos jovens e discutir a
sustentabilidade do evento com vídeos e palestras sobre meio ambiente, água,
biodoversidade, mudanças climáticas, energia sustentável, realidade amazônica;
elaboração de um Guia Ecológico para jovens; projeto ousado de acessibilidade
para os jovens com deficiência (visual, auditiva, intelectual e motora);
inauguração do Pólo de Atenção Integral à Saúde Mental (PAI), que atenderá
principalmente jovens dependentes químicos; estruturação de uma rede de entidades
religiosas e civis para atuar na prevenção ao uso de drogas e tratamento de
dependentes; significativos investimentos com a segurança e a infraestrutura,
que beneficiarão a população após o evento; geração de empregos.
E em nossa realidade paroquial, quais os impactos que a JMJ está
deixando?
Como
estamos aproveitando toda esta oportunidade para a evangelização da juventude?
Que serviços nossas paróquias estão prestando para o amadurecimento da dimensão
social do jovem cristão que deseja participar mais da vida da Igreja e da
sociedade? Nossos grupos, catequese, encontros, retiros, movimentos, pastorais
estão atentos às buscas e desafios dos jovens, abordando junto a eles os temas
que dizem respeito a sua vida cotidiana e social? A Doutrina Social da Igreja é
trabalhada junto a eles, favorecendo-lhes conteúdo substancioso e seguro para o
diálogo e participação na sociedade? Como garantir aos jovens envolvidos na JMJ
um ambiente paroquial que realmente contribua com o amadurecimento da dimensão
pessoal, espiritual, eclesial, social de sua vocação cristã?
A
JMJ vem incrementar os ideais cristãos e animar a vocação de discípulo
missionário de nossos jovens. Não percamos este tempo de graça que a Jornada
vem nos trazer. Qualifiquemos a nossa presença e o nosso serviço junto a eles.
Divulguemos,
principalmente pelas redes sociais com a ajuda dos próprios jovens presentes
nelas, os horários dos eventos da Jornada na semana do dia 23 a 28 de julho, para que os
que não poderão se fazer presentes possam estar sintonizados com este
importante acontecimento a favor da juventude, da Igreja e da sociedade. E
promovamos uma verdadeira corrente de oração para que tudo transcorra do jeito
que Deus deseja e para que nenhum imprevisto comprometa negativamente a
organização do evento.
Apostar
nos jovens, com tudo aquilo que implica esta postura, é compromisso audacioso e
gesto profundo de conversão pastoral.
Bênçãos
de Deus a todos e proteção materna de Maria, Mãe da Juventude.
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, SDB
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
da CNBB
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