Muito se
fala sobre os legados que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013) vai
deixar para a sociedade do Rio de Janeiro e para o Brasil. Mas o principal
legado não parece ser destacado. E é justamente aquele que não se tem como
mensurar, por ser invisível aos olhos. É um legado para toda uma geração!
Como e
quanto Deus vai agir no meio da juventude reunida? E o que esta obra de amor,
deixada em cada coração, vai frutificar nos ambientes sociais em que cada jovem
está inserido? E o que o testemunho dos que participarem do evento vai agregar
à beleza da Cidade Maravilhosa, que sedia o evento? Nunca teremos essas respostas
com exatidão.
Mas já se
pode antever algumas das muitas graças, também comuns às outras Jornadas: um
grande revigorar da fé entre aqueles que são os construtores do amanhã e a
certeza de que eles não estão sozinhos em suas lutas cotidianas, porque a Igreja
confia neles e com eles caminha.
A mochila
de cada peregrino que virá ao Santuário Mundial da Juventude, entre os dias 23
e 28 de julho, vai voltar repleta de uma bagagem de esperança e motivação,
indicada para a construção do mundo novo, mais fraterno e justo, almejado por
rapazes e moças de todas as nacionalidades. Simplesmente porque JMJ é encontro
com jovem, encontro com Papa e encontro com o próprio Deus.
JMJ é encontro com jovem
Esses
peregrinos, vindos de culturas tão diferentes, em terras cariocas vão
redescobrir o sentido da vida e, na partilha de suas histórias e emoções, no
brilho do olhar um do outro, vão recuperar a garra para lutar e encontrar
caminhos para as próprias dificuldades enfrentadas, à luz do Evangelho, na
certeza de que vale a pena serem protagonistas de um mundo novo.
Serão dias
de ver, pelo lindo cenário carioca, jovem conversando com jovem, sorrindo com
jovem, mas também chorando e rezando com jovem, numa troca de amor, verdadeira
fraternidade, que transcende a barreira lingüística.
JMJ é encontro com o Papa
Rapazes e
moças de todas as nacionalidades estarão chegando ao Rio de Janeiro para
ouvirem as palavras de um idoso, o Papa Francisco. A maioria deles, sim,
admirada com a humildade e sabedoria deste Pontífice, notadamente carismático.
Mas será mesmo este o grande atrativo que, usualmente, ao longo de todos esses
anos de Jornada Mundial da Juventude, atrai multidões aos Papas? Certamente não!
Há na
juventude algo que vence as barreiras, à primeira vista convencionadas da
diferença de idades e interesses: a convicção de que qualquer Papa é um
representante de Cristo entre os homens. Para cada jovem, ouvir o Pontífice
falar aos seus corações sobre anseios e necessidades desta geração é prestar
atenção às orientações do próprio Jesus, que caminha por entre os homens e a
eles se dirige por meio daquele escolhido para representá-lo.
O amor da
juventude por um Papa, aquele brilho no olhar de um jovem ao observar, mesmo
que de longe, aquele homem de Deus idoso, é algo que não se esquece, ao
participar de qualquer JMJ... Olhar com amor para o Papa, com a certeza de que
ele é representante de Cristo na terra é um maravilhoso sinal de novos tempos!
É próprio apenas de quem tem fé! E a fé é o supremo bem desses dias de Jornada!
Jovens que têm fé anseiam por um amanhã melhor e seguem, com ânimo renovado.
JMJ é encontro com o próprio Deus
Sim: a JMJ
é encontro com o próprio Deus, que revigora a sensibilidade espiritual do seu
povo. Em tempos de Jornada, o clima da cidade muda: as belezas naturais se
vivificam, as pessoas se tornam ainda mais acolhedoras e fraternas, as palavras
evocam a criação, as atitudes remetem à salvação e o céu deixa de parecer
impossível, porque, como que por um inexplicável milagre de amor, uma multidão
de rapazes e moças começa a entender que a santidade é possível, porque é
construída de pequenas coisas.
Nesses
dias especiais, Deus se dá a todos de maneiras novas, criativas, na linguagem e
da forma que cada um é capaz de compreender e acolher.
Deus está
no meio do seu povo e fala com ele.
E o que fica disso tudo?
Do
encontro com outros jovens, com o Papa e com o próprio Deus se guarda o
testemunho de amor, que deixa um registro indelével no interior da juventude. E
esta marca é transformadora, atinge todas as dimensões da vida do indivíduo, o
transforma e motiva à busca por seus sonhos e ideais. A experiência desses dias
de Jornada é um impulso para toda a vida social de cada peregrino que participa
do evento. Não é algo palpável e muito menos que se aplique apenas à vida na
Igreja. Não! Isso porque nas
partilhas com outros jovens, nos ensinos catequéticos, nos momentos de oração,
nas atividades culturais e em cada pequeno detalhe vivido, Deus mesmo vai
formando homens e mulheres novos para um mundo novo. Deus vai fazendo com que
rapazes e moças tenham a consciência de que são, de fato, protagonistas de um
mundo mais justo e fraterno, que pode ser construído com a colaboração de cada
um, ao difundir, em suas diversas realidades, os valores do Evangelho.
O legado
espiritual de uma Jornada Mundial da Juventude não se vê, não se mede... E, no
entanto, é a maior preciosidade que uma geração pode ganhar. E, neste momento
da história, está bem ao nosso alcance.
Autora: Nice Affonso – Editora do Portal da Arquidiocese
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