Brasília, 01 de Setembro de 2013.
Caros párocos e demais
responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
“Eu vos escrevi,
jovens: sois fortes, a Palavra de Deus
permanece em vós, e
vencestes o Maligno”. (1Jo 2,14)
Ainda
sobre os efeitos, luzes e forças da JMJ, entramos no mês de setembro que nos
recorda a necessidade de escutarmos a vontade de Deus registrada em sua
Palavra, sempre nova e provocadora. Ela, que iluminou a caminhada da JMJ,
continua convocando: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt
28). É o profeta Isaías quem nos encoraja a responder com firmeza: “Eis-me
aqui, envia-me” (CF 2013). Ajudar os jovens a escutarem esta Palavra para
entendê-la em sua beleza e profundidade, vivê-la na alegria e na generosidade é
responsabilidade urgente a nós confiada.
Mais do
que nos perguntarmos se os jovens têm se entusiasmado com a Palavra de Deus,
devemos nos avaliar se somos, realmente, Palavra de Deus para eles e se estamos
propiciando-lhes condições para isto. A admiração e a obediência à Palavra
dependem de sua boa escuta, capaz de entusiasmar, converter, edificar,
promover, construir. Vejam o Papa Francisco! Ele tem nos alegrado o coração com
a redescoberta da Palavra de Deus que se transforma em cultura da acolhida e da
solidariedade. Sua mensagem está escrita em seus olhares, gestos, surpresas de
quem se deixa inundar pela força do amor divino.
A Jornada
no Rio já terminou, e nossos jovens ainda estão “voltando para casa”, na
esperança do novo! Estão entusiasmados e desejosos de darem mais de si, fazendo
a diferença nos espaços eclesiais e sociais. Mas suas experiências e
sentimentos estão sendo ouvidos com atenção? Nossas Comunidades eclesiais e
nossos ambientes educativos estão interessados, realmente, neste novo que eles
carregam como verdadeiro tesouro a ser partilhado? Que abraços e olhares eles
estão recebendo?
Fico imaginando, agora, os jovens
como aquele fogaréu que quer se espalhar rapidamente pela mata ou o vento forte
que insiste em gritar nas ruas ou a água das chuvas que deseja inundar todos os
recantos por onde passa.
Nesses
dias ouvi de um jovem uma frase que me alegrou e, ao mesmo tempo, me incomodou:“Dom, com a JMJ e a pessoa do Papa
Francisco agora dá orgulho de ser católico”. E fiquei pensando: será que
os jovens que estão ao nosso redor, que convivem conosco, que dependem de
nossos serviços, poderiam dizer o mesmo de nós e de nossas estruturas? “Padre,
nesta sua paróquia e com seu coração de pastor que valoriza os jovens, dá
orgulho de ser católico!”, “Dona Maria, com esta catequese animada e na
linguagem da gente, dá mais vontade de viver como discípulo de Cristo!”, “Irmã,
com esta escola que nos forma para a vida e nos garante ambiente de família, me
sinto motivado a fazer alguma coisa a mais pelos outros”, “Sr. José, ficar ao
seu lado testemunhando seus gestos concretos de amor aos mais pobres me anima a
exercer um trabalho voluntário em favor deles”! A Palavra de Deus só é
realmente entendida e generosamente acolhida quando encarnada!
O ardor
missionário provocado em nossos jovens nestes últimos tempos precisa encontrar
pessoas, motivações, estruturas, projetos, ocasiões propícias para seu
desenvolvimento. Preparemo-nos para o próximo mês… missionário! O DNJ (Dia
Nacional da Juventude) está chegando e carrega em sua provocação bíblica mais
um incentivo missionário: “Quanto a você, arregace suas mangas, levante-se
e diga a eles tudo o que eu mandar. Não tenha medo!” (Jr 1,17). É importante
adquirir pelas Edições da CNBB o subsídio do DNJ preparado com tanto esmero
pelos dez jovens da Coordenação da Pastoral Juvenil Nacional. As POM
(Pontifícias Obras Missionárias) também nos brindam com rico material para
realizarmos a Campanha Missionária deste ano, com a Palavra de Deus nos
iluminando: “A quem eu te enviar, irás” (Jr 1,7b).
E mais!
Vamos nos empenhar para fazer ressoar em nossas “casas” esta voz juvenil que
ganhou destaque nesses últimos tempos. Em nível nacional realizaremos em
Dezembro um importante momento com várias lideranças adultas e jovens para,
juntos, fortalecermos nossos passos e encontrarmos novos caminhos em vista da
revitalização da pastoral juvenil em nosso país. E em sua realidade (Regional,
Diocese, Paróquia, Comunidade, Província, Expressão Juvenil) o que está sendo
programado neste sentido? Que tal garantir nas reuniões, encontros e
assembleias deste segundo semestre um espaço privilegiado para se tratar deste
assunto e determinar algumas posturas, atividades, processos em vista da
juventude?
Permaneçamos
unidos na Palavra de Deus que nos chama, nos consagra, nos capacita, nos envia
aos jovens para amá-los e servi-los com o coração de pastores e pastoras de
Jesus Cristo.
Com
estima,
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
da CNBB
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